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Pressão de todo lado: Netanyahu pode cair se fizer acordo – ou não fizer

Aliados de ultradireita ameaçam derrubar o governo se o primeiro-ministro selar um acordo para liberar reféns e suspender a ofensiva final

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 9 Maio 2024, 11h52 - Publicado em 30 abr 2024, 07h44

“Se você levantar a bandeira branca e cancelar a ordem de conquistar Rafah imediatamente”, ameaçou em termos bem claros Bezalel Smotrich, um dos integrantes da ultradireita que sustentam a maioria parlamentar de Benjamin Netanyahu, “então o governo que você chefia não tem o direito de existir”.

O outro linha duríssima do qual Netanyahu depende, Itamar Ben Gvir, foi na mesma linha: “Um acordo imprudente equivale à dissolução do governo”.

Curiosamente, o centrista Benny Gantz, que participa emergencialmente do gabinete de guerra, usou termos praticamente semelhantes. Caso haja um consenso das instituições militares sobre os termos de libertação de reféns – possivelmente 33, incluindo mulheres, idosos e doentes – e o governo for contra, “não tem condições de existir e de comandar a campanha”.

Tradução: Netanyahu está ferrado se fizer e ferrado se não fizer.

IINSTRUMENTO DE PODER

Ele não depende dos votos do partido de Gantz, mas o ex-chefe do Estado Maior dá uma legitimidade, principalmente aos olhos dos Estados Unidos, que segura a posição de Netanyahu.

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Yair Lapid, o principal oposicionista fora do poder, foi sardônico: “O governo tem que escolher entre libertar os reféns vivos ou Ben Gvir e Smotrich. As relações com os americanos ou Ben Gvir e Smotrich. Um acordo com os sauditas ou Ben Gvir e Smotrich”.

Ele sabe muito bem que, sem os dois ultradireitistas, o governo cai. Seria bom ou ruim para Israel? Haveria alguma alternativa que não fosse convocar eleições no meio da extremamente complexa situação atual?

O fato é que vai ficando claro que a guerra, que na prática está em estado de suspensão, não vai resolver os dois grandes problemas do país: neutralizar definitivamente o Hamas e recuperar as pessoas sequestradas. Os reféns conferem um enorme instrumento de poder e o Hamas está demonstrando habilidade em usá-lo.

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Como país democrático, mesmo no meio de uma grave crise, Israel tem opiniões conflitantes e até mutuamente excludentes. A direita favorece as operações militares, inclusive a ofensiva final contra Rafah. A esquerda prioriza a libertação dos reféns mesmo que ao preço de uma concessão que implicaria na sobrevivência do Hamas.

Os Estados Unidos pressionam contra a operação em Rafah, sabendo que haveria inevitavelmente um alto nível de vítimas civis, e tentam influenciar o Hamas a aceitar a proposta “extraordinariamente generosa” de Israel. O prêmio por um acordo definitivo seria o reconhecimento da Arábia Saudita e a perspectiva de de um entendimento permanente. Ninguém menciona, no momento, qual seria a reação do Hamas, mas dá para garantir com alta dose de certeza que rejeitaria qualquer acordo do tipo.

ESPECIALISTA EM SOBREVIVÊNCIA

O acordo imediato em discussão envolveria a libertação de vinte reféns, ao longo de quarenta dias. Em troca, Israel soltaria 500 prisioneiros palestinos, inclusive acusados de crimes de sangue. E permitiria o retorno ao norte de Gaza de 300 mil refugiados, atualmente congregados em Rafah.

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Viria em seguida um período de dois meses e meio para a negociação de um cessar-fogo de longo prazo.

São informações de fontes boas que circulam na imprensa.

Sobreviveria Netanyahu a um acordo assim?

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Consumado especialista em sobrevivência política, Netanyahu nunca enfrentou desafio igual.

Por tudo que a situação atual implica, é também um desafio gigantesco para Israel.

Um Hamas renitente, reféns que estão presos há quase sete meses, a erupção de antissemitismo nas universidades americanas, as pressões dos Estados Unidos entre as quais se inclui o relatório em que o Departamento de Estado acusa as Forças de Defesa de Israel de “incidentes individuais de grosseiras violações dos direitos humanos”, o tabu que o Irã quebrou ao atacar Israel (sem resultados, mas um portal foi transposto) e até ameaças de ordens internacionais de prisão do Tribunal Penal Internacional criam um quadro sem precedentes em que o futuro de um político é apenas um detalhe. O país inteiro enfrentar múltiplas e complexas encruzilhadas.

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