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Os alemães votaram na direita, mas provavelmente terão mais do mesmo

Como, politicamente, é impossível uma aliança com o Alternativa para a Alemanha, ainda com status de pária, haverá outro governo morno

Por Vilma Gryzinski 25 fev 2025, 08h26

Os partidos de direita ganharam 360 assentos no Parlamento alemão, de um total de 630. Teoricamente, deveriam fazer uma coalizão e assumir o governo, cumprindo o mandato mais categórico das urnas: controlar a imigração num país assustado com a quantidade de crimes e atentados praticados por aqueles que deveriam ser gratos pela acolhida, mas preferem esfaquear crianças ou jogar carros em cima de pedestres.

Essa aliança simplesmente não vai acontecer. A União Democrata Cristã (CDU), o partido de centro-direita mais votado, num total de 28%, não tem condições de fazer uma coalizão com a Alternativa pela Alemanha (AfD).

Embora com diferenças entre alas, a AfD carrega o peso do rótulo de extrema-direita, nem sempre exato, mas com uma disseminação suficiente para deixá-la na condição de pária.

Resultado: para governar, o líder democrata-cristão, Friedrich Merz, terá que fazer uma coalizão com os parceiros de sempre, os social-democratas do SPD – exatamente como acontece agora, embora com a posição de liderança invertida. O partido que já foi uma das grandes forças da Alemanha refluiu miseravelmente e teve apenas 16% dos votos. Mas é o único parceiro possível.

Por causa disso, as propostas mais tradicionalmente conservadoras de Menz terão que ser abrandadas e produzirão um governo morno, sem características fortes – e sem a política imigratória mais restritiva que dois terços dos alemães aprovam. E também sem a política mais voltada para o crescimento que a Alemanha, em situação de paralisia econômica, precisaria para injetar dinamismo em estruturas que estão mostrando o peso dos anos.

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Ou seja: vai continuar tudo na mesma.

CHOQUE CULTURAL

Exatamente o contrário do que o fenômeno da ascensão da AFD mostrou que muitos alemães querem. Com quase 21% dos votos, o partido que era alternativo até no nome se tornou a segunda maior força política da Alemanha.

O motor praticamente único desse crescimento foi a rejeição crescente à politica imigratória que Angela Merkel inaugurou, abrindo as fronteiras a quase um milhão de sírios. Desde então, cerca de três milhões de estrangeiros passaram a desfrutar da generosidade alemã, mas muitas vezes com dificuldade de integração e até extrema rejeição a princípios fundamentais da cultura ocidental, culminando com os que se radicalizam e saem gritando “Allahu Akbar” antes de atacar civis inocentes.

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Um resultado espantoso do choque cultural provocado pela imigração em massa foi uma pesquisa feita com frequentadores de um grande site de encontros voltado para homens gays, mostrado na revista The Spectator. Dos consultados que responderam espontaneamente, 28% disseram que votariam na AfD (na faixa dos 18 aos 24 anos, a proporção foi maior ainda, 34,7%).

“Não podemos mais andar em muitos bairros porque corremos o perigo de sermos atacados e até assassinados”, disse para a revista um alemão gay de origem turca, Ali Utlu.

Imaginem a situação: gays alemães votam na extrema-direita porque se sentem ameaçados pelos grandes contingentes de estrangeiros ou descendentes que praticam uma versão agressivamente intolerante da religião muçulmana.

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PACOTE NOVO

Talvez influencie em alguma coisa o fato de que a líder da AfD seja Alice Wiedel, a mais famosa lésbica do país, casada com uma suíça de origem no Sri Lanka.

É de dar nó em muitas cabeças.

Com seus 152 deputados, um número impressionante, a AfD vai ser uma forca fundamental na oposição a um futuro governo chefiado por Merz, misturando rejeição à imigração, laivos neonazistas de uma ala de seus integrantes e um inquebrantável alinhamento com Vladimir Putin. Sem contar o significativo apoio gay.

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Terá o nada carismático Merz estofo para lidar com isso tudo, administrar uma aliança com a centro-esquerda, estimular a economia, proteger a população de refugiados criminosos, tourear o terremoto Trump na política de segurança e recuperar a Alemanha dos tempos de potência produtora?

Até agora, há poucos indícios disso. Um pacote novo de um governo velho parece a opção mais predominante.

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