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O velho e o mar: a mensagem de veterano documentarista, aos 98 anos

Salvar os oceanos é a missão mais importante de todas, diz David Attenborough, a própria encarnação dos filmes sobre natureza

Por Vilma Gryzinski 2 Maio 2025, 07h55

“Se salvamos o mar, salvaremos nosso mundo. Depois de uma vida inteira filmando nosso planeta, tenho certeza que nada é mais importante”. Vale a pena prestar atenção na mensagem de David Attenborough.

Prestes a completar 99 anos, ele é o modelo original sobre o qual tantos documentários sobre a natureza se inspiraram: cenas deslumbrantes, voz serena e persuasiva e o apelo insubstituível a nosso elo com o mundo natural.

É também a pessoa mais popular da Inglaterra, um sinal de que cumpriu muito bem sua missão iniciada quando apareceu na BBC pela primeira vez, em 1954.

Não é preciso ser militante ambientalista ou entrar na discussão sobre aquecimento global ou nem mesmo concordar com tudo o que diz Attenborough, um defensor da dieta vegetariana, para entender seu apelo em favor dos oceanos. Basta ver a degradação do mar nos lugares com alta concentração de humanos, as ilhas de plástico, os containers descartados em alto mar, as águas onde a vida retrocede.

A SALVAÇÃO DAS BALEIAS

“Quando eu vi o mar pela primeira vez, quando menino, era visto como uma vastidão selvagem a ser dominada para o benefício da humanidade”, diz ele. “Agora, que estou chegando ao fim da vida, vemos que o contrário é verdadeiro”.

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Sua vida coincidiu com a grande era de descobertas sobre os oceanos. “Nos últimos cem anos, cientistas e exploradores revelaram espécies novas notáveis, migrações épicas e ecossistemas excepcionalmente complexos, muito além de qualquer coisa que eu poderia ter imaginado quando jovem”.

Attenborough tem razão em alimentar esperança: os seres humanos são capazes de mudar de ideia e ver que um benefício econômico imediato pode não ser a melhor alternativa – principalmente quando existem alternativas.

É difícil imaginar que a caça às baleias ainda era praticada ao ponto da quase extinção quando o Greenpeace, antes de se transformar num movimento altamente ideologizado, iniciou uma campanha heroica. Em 1975, o primeiro veleiro do Greenpeace se colocou no caminho dos arpões de baleeiros soviéticos.

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A União Soviética acabou e as baleias sobreviveram por causa da conscientização da perda irreparável que seria o desaparecimento dos maiores animais do planeta. Embora ainda haja regiões onde a caça continue, elas retomaram a números que garante populações sustentáveis.

VOZ DA CONSCIÊNCIA

David Attenborough foi o pioneiro do documentarista que se coloca no meio da vida selvagem – uma tendência talvez não tão aconselhável hoje.

Através dele, muitas pessoas viram pela primeira vez animais como os portentosos gorilas da montanha. Não vamos nem falar aqui na abilolada discussão que tomou o planeta nos últimos dias sobre quem ganharia a hipotética luta entre um animal desses e cem homens. É uma diversão engraçada, mas revela como a natureza nos impressiona.

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Preservar a natureza não significa voltar a tempos pré-industriais. Ao contrário, é a tecnologia, fruto do engenho humano, que pode oferecer soluções cada vez mais certas, combinadas a programas sensatos de preservação e apoio ao que, tiram seu sustento da terra e do mar.

O tão imitado estilo narrativo de David Attenborough virou uma espécie de voz da consciência dentro de nós. Vale a pena pensar na sua mensagem sobre a importância dos oceanos e a preservação de nosso majestoso planeta azul, sem nada que se compare a ele entre as imensidões já desvendadas desde o início da era espacial.

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