O rei e elas: pior caso é o da Tailândia, que deleta concubina
Problemas com mulheres são comuns, mas monarca tailandês, que já foi fotografado de miniblusa e nomeou o cachorro marechal, bate recorde de escândalo

Considerado uma divindade na corrente budista seguida na Tailândia, o rei Maha Vajiralongkorn não é nada santo.
Tem, por exemplo, um fraco por generais. Todas lindas, esbeltas, cobertas de joias e promovidas por ele aos escalões superiores.
Um hábito, visto que seu poodle, Fufu, ganhou a patente de marechal, com roupinha e tudo.
No caso das generais favoritas, elas também são promovidas a companheiras de leito.
Ou rebaixadas. Menos de três meses depois de ser anunciada como consorte real – na verdade, concubina oficial -, Sineenat Wongvajirapakdi perdeu todos os privilégios e títulos.
Inclusive o de rastejar aos pés do rei de 67 anos, num ritual bizarro, quando foi proclamada amante.
Embora o rei seja tratado com honras excepcionais, com direito a ser saudado de joelhos por todos os súditos, inclusive os da própria família, a linda Seneenat , ex-guarda-costas real exagerou.
Agora, foi dispensada por “deslealdade com a coroa” e “mau comportamento”. Perdeu também as patentes militares. Ou seja, nem pode voltar a pilotar helicópteros ou pra praticar artes marciais como oficial do Exército.
Sineenat estava com Maha quando ele ainda não havia sido entronizado e foi fotografado na Alemanha, onde morava antes da morte do pai, usando uma camiseta tipo babylook, jeans de cintura bem baixa e várias tatuagens temporárias.
Ah, sim, o querido Fufu ia no colo.
A foto ficou mais bizarra ainda porque Maha estava tomando um avião real, com tapete vermelho e pilotos batendo continência, bem formais.
Pouco tempo depois, Maha deixou a vida de playboy velhusco para assumir o lugar do pai, o comportado e venerado Bhumibol, que conseguiu livrar a Tailândia do flagelo do filho vivendo até os 89 anos.
Como ninguém é eterno e a monarquia sobrevive da linha sucessória, sejam quais forem os defeitos dos sucessores, Maha acabou assumindo.
Pouco antes da coroação, cheia de cerimoniais misteriosas que misturam tradições budistas e hinduístas, ele se casou, de surpresa, pela quarta vez.
A rainha Suthida, ex-comissária de bordo, tinha chegado à patente de general, como comandante de operações especiais da guarda real.
Apesar dos pontos em comum entre Sineenat e Suthida, inclusive as fardas cerimoniais cobertas de condecorações, rolou uma inimizade entre esposa e concubina.
O comunicado oficial sobre a dispensa de Sineenat diz que ela “não ficou satisfeita com os títulos concedidos, fazendo todo o possível para subir ao nível da rainha”.
Parece que não foi uma boa ideia.
Mas há poucos motivos para acreditar que outras concorrentes não entrem em cena, considerando-se a carreira de Maha, que se tornou rei aos 66 e demonstrou um gosto pelo poder inesperado para quem só desfrutava dos privilégios da realeza.
Fez uma limpa no alto escalão de funcionários do palácio e militares de alta patente, nomeando gente sua.
Ao contrário das monarquias constitucionais dos países europeus, a família real tailandesa envolve-se com política e são frequentes golpes militares dados em nome do rei.
Estranhamente, uma irmã de Maha, a princesa Ubolratana, virou aliada do bilionário deposto num desses golpes e tentou ser primeira-ministra pelo partido dele.
O irmão cortou suas asinhas.
Tanto a concubina rejeitada como a esposa atual são plebeias, uma novidade ocidental que também chegou à Tailândia.
Mulheres com vida própria antes do casamento como Letícia, da Espanha, e Máxima, da Holanda, escolhidas por motivos amorosos e não dinásticos, têm sido um trunfo da monarquia.
Kate também se firmou como uma futura rainha consorte da Inglaterra estilosa, presente e ajuizada.
Em compensação, a família real britânica está pegando fogo com a ruptura interna quase pública que o príncipe Harry e Meghan estão protagonizando.
Harry tem manifestado surtos emocionais que denotam falta de controle. E a última de Meghan foi dar uma perdida num ato oficial do próprio sogro, o príncipe Charles.
Meghan deixou o futuro rei plantado – e “absolutamente furioso” – na última hora.
Motivo: soube que haveria câmeras filmando um documentário sobre Charles e não queria que isso interferisse com o próprio programa de televisão e m que ela e Harry desfiaram uma longa lista de reclamações.
O trágico precedente da princesa Diana, que Meghan imagina emular, e a recente entronização de Masako como imperatriz consorte do Japão são exemplos reais das dificuldades enfrentadas por mulheres que se casam com futuros reais.
Diana não aguentou a vida amorosa paralela do marido e o evidente ciúme que ele tinha da popularidade dela.
Masako enfrentou anos e anos de depressão profunda no ambiente de altíssima exigência da corte imperial japonesa, agravado pela dificuldade para engravidar e, por fim, por ter “apenas” uma menina.
A filha dela não assumirá o trono um dia, no lugar do pai. O único primo terá a precedência.
São problemas inexistentes para o rei da Tailândia, que já tem herdeiro, filho de uma esposa anterior, e pode mudar de consorte a hora que quiser.
Harry e Meghan também têm mais liberdade para seguir a própria vida, mais recolhida, se quiserem.
E, claro, dispensarem as verbas públicas para despesas oficiais e a pensão de Charles para gastos pessoais.