Mundialista
Por Vilma Gryzinski
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O que o mundo acha de Trump? Opiniões positivas, inclusive no Brasil
Uma pesquisa de opinião de amplo alcance mostra que a imagem de bicho papão é mais comum na Europa, principalmente no Reino Unido
Donald Trump deveria visitar a Índia todas as vezes em que pensasse em sair dos Estados Unidos. Em nenhum outro país ele tem uma imagem tão positiva, segundo uma pesquisa de alcance mundial, com mais de 28.000 pessoas em 24 países.
Os resultados são surpreendentes, principalmente porque a imagem apresentada de Trump é, em grande maioria, a de um líder antipático e agressivo que só quer fazer o mal.
Segundo a pesquisa do Conselho Europeu de Relações Exteriores, o povo diverge. Por exemplo: 56% do brasileiros acham que ele será bom para os americanos (indianos fecham em 85%, sauditas em 69% e russos em 59%; no fim da lista, britânicos, com 24%).
E para o seu próprio país, Trump será bom o ruim? Os indianos de novo vão para o topo, com 84%; Arábia Saudita, 61%; Rússia, 49%; China, 46%; Brasil, 43% (aqui, 25% acham que será ruim e 33% não sabem ou não cravam nenhuma outra opção).
No fim de todos, Coreia do Sul, que depende da boa vontade americana e teme concessões à Coreia do Norte, com 11%. Em segundo lugar no negativismo, o Reino Unido, com 15%.
Essa avaliação pode não refletir preferências pessoais, mas sim uma visão sobre a atitude dos respectivos governos em relação a Trump. Por exemplo, no caso do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o seu Partido Trabalhista mandou cem voluntários para fazer campanha por Kamala Harris. Não é uma atitude que conquiste simpatias junto ao novo governo, da mesma forma que chamar Trump de “nazismo e fascismo com outra cara”. Não é diplomático nem mesmo correto.
NACIONALISMO POPULISTA
Mas Trump não vai incendiar o mundo? Os indianos, de novo, acham que não, na proporção de 82%. Os brasileiros estão mais divididos: 37% acham que ele é bom para a paz mundial, 31%, que é ruim.
A pesquisa não aborda o assunto mais imediato, o aumento de tarifas sobre produtos importados que Trump prometeu, uma questão que pode ter resultados negativos para todos que vendem para os Estados Unidos — ou seja, praticamente o mundo inteiro, no caso de um país que importa mais de 4 trilhões de dólares por ano.
Na terça-feira, Trump anunciou que vai criar um Serviço de Rendas Externas para recolher sobretaxas e outros ingressos de origem estrangeira, uma sugestão maluca de Steve Bannon, um provocador que não está no governo, como da primeira vez, mas tem acesso ao ouvido presidencial e prega uma versão americana do que chama de nacionalismo populista.
São tempos bem diferentes os que se aproximam, inclusive levando-se em consideração o primeiro governo Trump.
Bannon propôs o que chamou de “dias do trovão” para a estreia de Trump. Detalhe: as tarifas são pagas pelos importadores, não pelos vendedores estrangeiros. Se as taxas forem repassadas, poderá haver consequências graves para os consumidores americanos. Se a importação deixar de compensar, as consequências são para os exportadores estrangeiros.
As avaliações sobre Trump em outros países têm um bocado de espaço para variar.
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