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Não importa quem ganhe, é o declínio do império americano?

Ascensão da China e tensões internas nos Estados Unidos criam a imagem de uma superpotência em processo de recessão

Por Vilma Gryzinski 3 nov 2020, 08h40

“Os ventos e as ondas estão sempre do lado dos navegadores mais habilidosos”. Escrita por um incomparável mestre da queda de impérios, Edward Gibbon, a frase evoca uma pergunta inevitável da nossa era: de que lado está a maré?

Todas as projeções apontam para a China como superpotência dominante e para o rebaixamento dos Estados Unidos ao segundo lugar.

Algumas prognosticam que isso acontecerá ainda durante o mandato do homem que vai ser eleito presidente hoje, em 2024.

A folga dos americanos ainda parece muito vantajosa: um PIB de 21,44 trilhões, ocupando um quarto da economia mundial, contra 14,14 trilhões da China.

Mas todo mundo vê para que lado sopram os ventos. Alguns olham mais além do momento em que o primeiro e o segundo lugar se inverterão.

“A economia chinesa provavelmente terá o dobro do tamanho da americana, talvez o triplo”, diz um dos gênios visionários da era tecnológica, Elon Musk

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A fortuna de 87 bilhões de dólares dá a Musk a liberdade de falar o que quer, às vezes com exagero. O seu currículo – sem falar nos interesses – também o habilita a defender a inovação como única forma de segurar o declínio.

“O fundamento da guerra é a economia”, disse ele num simpósio sobre guerra aérea, dias antes da eclosão do coronavírus no Ocidente.

“Se você tem metade dos recursos da contraparte, então é melhor ser realmente inovador. Se não for, vai perder”.

Donald Trump já pôs na mesa seus instrumentos para enfrentar a China: uma guerra comercial com ferramentas tradicionais como sobretaxas e tarifas, além de investimentos para a criação da Força Espacial – é no espaço que a corrida tecnológica, com enormes consequências econômicas,  será crescentemente disputada.

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Antes do advento do novo coronavírus, seu objetivo era conseguir rapidamente condições menos desvantajosas para os Estados Unidos em termos comerciais. A coisa toda levaria um acordo mutuamente benéfico, sem atritos, com um final feliz para todos os envolvidos.

O tom mudou com a Covid-19 – e a vantagem política de apresentar a pandemia como produto da perfídia chinesa.

Um Trump reeleito ganharia força para engrossar bem mais o tom.

O que Joe Biden faria de diferente?

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Até agora, só circulou o blá-blá-blá dos anódinos programas eleitorais e virtuosas declarações de intenções sobre uma ação conjunta com aliados, buscando uma “alavancagem coletiva” contra a China.

Quem viu os discursos ofegantes de Biden nos últimos dias da campanha tem motivos para duvidar que ele tenha energia para alavancar a si mesmo da sesta depois do almoço, que dirá uma guerra comercial.

Os grandes processos históricos podem ser apenas momentaneamente retardados – ou acelerados – pelos indivíduos.

E a competição chinesa não é o único grande fenômeno em jogo.

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De todos os acontecimentos que estão chacoalhando os Estados Unidos, talvez o mais importante seja  a mudança na narrativa nacional.

Em lugar da crença incondicional nos fundamentos lançados pelos geniais pais da pátria, na “terra dos livres e pátria dos bravos” onde todos têm a chance de buscar suas oportunidades, disseminou-se a ideia de que os problemas nacionais não podem ser corrigidos porque decorrem de um “defeito de fabricação”.

Tudo deve ser desmontado e criado de novo, como nos regimes revolucionários.

As grandes cidades deterioradas, o número de mortos na pandemia, a violência nos protestos de motivação racial e um presidente desagregador como Trump contribuem para criar o clima de declínio tão ansiosamente prognosticado pelos antiamericanistas.

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Como o vírus continua a impedir que se faça turismo em Miami, compras em Nova York, caça aos artistas na Califórnia ou surfe no Havaí, a luz do império americano parece fraquejar.

Será só reabrir fronteiras para ter muita gente querendo assistir o declínio presencialmente.

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