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Mais um dia na vida de Elon Musk: ações da Tesla caem, carros encalham

E ele ainda se envolve em bate-boca com o governo australiano; torcida contra é enorme por causa da aura de arrogância que criou

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 9 Maio 2024, 12h04 - Publicado em 24 abr 2024, 07h54

É possível esperar normalidade de uma pessoa com 180 bilhões de dólares, 160 de QI e um gosto pelo risco que a leva acreditar – e investir – em viagens para Marte no curto prazo? Claro que Elon Musk não pode ser normal. Mas até pelos seus padrões, a vida anda agitada.

Maior problema no momento é a situação da Tesla, com carros elétricos encalhados, com queda de vendas pela primeira vez em quatro anos, e ações despencando – 19% só na última semana. No ano, 43%. Foi essa queda que o tirou do lugar de homem mais rico do mundo.

Solução à la Musk: um salto adiante, com o lançamento de um Robotaxi em agosto e a promessa de fazer o “carro barato” que vem sendo anunciado, sem muitas definições. As ações deram uma recuperada depois do anúncio. 

Devolver aos motoristas toda a infinidade de horas que passam dirigindo seria um fantástico presente de Musk para a humanidade. Ele fala no carro sem motorista desde 2016, consumidores mais entusiasmados acreditam e até pagam por uma tecnologia ainda a ser instalada. O preço do software foi até reduzido, de doze mil para oito mil dólares.

“No futuro, os consumidores exigirão que pessoas não possam dirigir máquinas mortíferas de duas toneladas”, costuma dizer.

VANGUARDA TECNOLÓGICA

O especialista em carros sem motorista, Jack Stilgoe, do University College London, disse ao Telegraph: “A distância entre a realidade da tecnologia e o que Elon Musk diz sobre ela é – e sempre será – enorme”.

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Nos carros que já estão rodando, o motorista humano tem que ficar atento o tempo todo para interferir quando acontece um problema. Perde um pouco a graça. Mas os especialistas concordam que a Tesla está na frente da vanguarda tecnológica o que lhe daria uma enorme vantagem em relação aos competidores chineses no ramo dos carros elétricos.

O problema de demanda por carros elétricos não é só da Tesla e obedece ao clássico do excesso de oferta para um público que se tornou menos convencido pelos projetos de emissão zero. De cada dez carros elétricos, oito estão sendo vendidos com desconto. Em países com tradição na produção de veículos, como Alemanha, Itália e Suécia, as vendas caíram 30%.

Seria um problema para ocupar a mente em tempo integral de um pioneiro no ramo como Musk, mas ele obviamente tem muitas outras ideias na cabeça.

BLOQUEIO MUNDIAL

O X é o campo de batalha onde mais se joga. O caso do Brasil já foi para segundo plano e atualmente ele está brigando com o governo da Austrália, onde o primeiro-ministro Anthony Albanese o chamou de “bilionário arrogante”, praticamente um pleonasmo.

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Motivo da briga: o vídeo chocante em que um adolescente esfaqueia Mari Emmanuel, bispo iraquiano da Igreja Assíria que, como muitos compatriotas, fugiu da perseguição aos cristãos em seu país.

O ataque cometido quando o bispo, representante de uma tradição que os fiéis acreditam remontar ao apóstolo São Tomé, rezava uma missa, foi transmitido ao vivo, mas o governo australiano conseguiu que fosse tirado das redes. Agora, saiu uma decisão judicial exigindo que o X também retire o vídeo em escala global. Australianos que usam um VPN podem acessá-lo.

É, por motivos óbvios, uma decisão altamente controvertida. Que competência tem uma autoridade nacional para interferir numa rede social além fronteiras?

DISCUSSÃO ESQUENTA

“O primeiro-ministro acha que tem jurisdição sobre a Terra inteira”, tuitou Musk. “Se qualquer país puder censurar conteúdo em todos os países, então o que impede qualquer país de censurar a internet inteira?”.

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Os dois lados têm bons argumentos. O vídeo de um ato de radicalismo chocantemente violento pode ser usado para glorificar extremistas que praticam atrocidades em nome da religião. Também pode ser manipulado para culpabilizar uma religião inteira.

Mas pode um país decidir o que o mundo vê ou não? E, se em vez da civilizada Austrália, o bloqueio partir de países bem menos comprometidos com a liberdade de expressão e de pensamento?

Se não fosse por Elon Musk, essas questões nem estariam sendo discutidas.

Isso até os adversários têm que reconhecer: onde Musk põe a mão – e aqueles 160 de QI -, de carros elétricos a redes sociais, a discussão sempre fica mais quente. E os assuntos envolvidos são de interesse de todos, independentemente das simpatias ou antipatias que possam ter pelo bilionário que atravessa a rua virtual para escorregar em inúmeras cascas de banana, em qualquer esfera de suas atividades.

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