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Intolerância: mulher de 75 anos é presa por se propor a falar sobre aborto

É a negação de tudo que faz o reino grande, muito maior do que sua complicada história de dominação colonial

Por Vilma Gryzinski 30 set 2025, 08h41

As cenas se tornaram comuns: nas proximidades de clínicas na Inglaterra e na Escócia onde é oferecido o aborto, pessoas católicas ou de outras denominações enfrentam a proibição a até mesmo rezar silenciosamente. Rose Docherty já foi presa duas vezes por causa de um cartaz empunhado dentro da zona de exclusão de uma clínica de Glasgow simplesmente por levar um cartaz dizendo: “Coação é crime, (estou) aqui para conversar, só se você quiser.

A cena dos policiais taludos, e um pouco envergonhados, prendendo uma senhora idosa, com duas próteses de quadril, e fazendo com que entre de joelhos no camburão, são de cortar o coração. Obviamente, todos os envolvidos sabiam o que ia acontecer, mas não deixa de ser chocante.

A lei desse caso, como dentre tantos outros, deveria ser para fornecer tranquilidade às mulheres que vão fazer um aborto, sem cristãos tentando demovê-las. Como tantas outras coisas, em vez de bem fez o mal, perseguindo pessoas que simplesmente rezam em silêncio a menos de duzentos metros de uma clínica. E a dinâmica se inverteu: em vez de católicos e pessoas de outras denominações cristãs impondo dogmas e limitações ao comportamento das mulheres, vemos hoje cristãos serem perseguidos por motivos fúteis e até absurdos.

Isso aconteceu nos Estados Unidos, com o assassinato de Charlie Kirk e a gigantesca manifestação de corpo presente, descrita como exibição de nacionalismo cristão – dito, evidentemente, com desprezo. Essa atitude ficou constrangedora com um artigo do jornal El País chamando Erika Kirk de “a nova messias do cristianismo Maga”. Até entre a brigada de esquerda não seria difícil imaginar que chamar alguém de messias é uma heresia altamente ofensiva.

SILÊNCIO PAPAL

Note-se que Erika é católica, ao contrário do marido evangélico, e tomou a atitude incrivelmente difícil de perdoar o assassino. O papa americano não abriu o bico diante desse exemplo extremo de virtude cristã. Pode ter ficado com medo de apoia o “cristianismo Maga”, mas dos chefes da Igreja se espera coragem, não intimidação.

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Muitos fizeram críticas a Erika – as mais amenas, sobre a capacidade de chorar sem descolar os cílios postiços nem manchar o bronzeamento artificial-, mas sobretudo pelo papel protagônico que assumiu num negócio que virou uma mina de dinheiro.

Até agora, não há nada de antiético, da mesma forma que a presença silenciosa dos cristãos perto das clínicas de aborto nada tem de agressiva.

Para pessoas que acreditam na santidade da vida iniciada na concepção, deveria ser um direito natural defender suas posições, é normal rezar para que os fetos não sejam mortos ou propor alternativas às mães – sempre sem sombra da presença de pais, como se o embrião tivesse sido produzido por milagre.

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DIREITA POPULISTA

A criminização de comportamentos cristãos é um desdobramento lamentável de uma cultura laica nascida para, teoricamente, acolher a todos os modos de pensar.

É também sinal de exageros simplesmente absurdos, como policiais investigaram postagens sem violência e outros abusos do gênero, como arrancar a bandeira britânica da mão de uma adolescente, na terra do rei, tão fantasticamente ancorada numa liberdade de expressão que evoluiu de maneira sistêmica, tendo suas raízes na Magna Carta, de 1215.

Ver idosas detidas por se manifestar em silêncio, de maneira respeitosa, é a negação de tudo que faz o reino grande, muito maior do que sua complicada história de dominação colonial.

Enquanto isso, aumentam os votos na direita populista e Nigel Farage, se houvesse eleição hoje, seria primeiro-ministro. O homem do Brexit só tem que deixar seus adversários fazer tudo para elegê-lo, inclusive prender velhinhas com prótese.

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