Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Mundialista

Por Vilma Gryzinski Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Se está no mapa, é interessante. Notícias comentadas sobre países, povos e personagens que interessam a participantes curiosos da comunidade global. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

EUA x China: de chips a testes anais de coronavírus, a guerra continua

Governo Biden está revisando as áreas estratégicas onde americanos são vulneráveis – e protesta contra testes heterodoxos de funcionários diplomáticos

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 26 fev 2021, 08h43 - Publicado em 26 fev 2021, 08h01

A China reconheceu que foi “um erro” – uma atitude raríssima. Isso segundo o Departamento de Estado, que protestou depois que integrantes do serviço diplomático foram submetidos a um método pouco usado e, por motivos óbvios, altamente rejeitado de checar a presença de coronavírus: o teste anal.

Oficialmente, o governo chinês negou que tenha feito o exame em funcionários do corpo diplomático americano.

Como no caso da checagem das vias nasais e da garganta, o teste mais heterodoxo envolve um cotonete introduzido na cavidade correspondente.

“Instruímos os funcionários a declinarem do teste se lhes for solicitado, como aconteceu no passado”, disse um porta-voz da diplomacia americana.

Continua após a publicidade

O episódio tem características folclóricas, mas é um elemento a mais para confirmar que a derrota de Donald Trump e a ascensão de Joe Biden, com seu currículo fraco em matéria de enfrentamento com a potência que aspira à hegemonia, não tiraram do grande tabuleiro mundial as rivalidades que são a marca das primeiras décadas do século XXI.

Biden deu um prazo de cem dias – ele gosta do aspecto propagandístico do número – para seja feito um levantamento das áreas mais sensíveis em matéria de dependência de produtos essenciais dos Estados Unidos.

As principais: produção de chips para computadores, equipamentos médicos, baterias de alta capacidade e terras raras.

Continua após a publicidade

A revisão pedida pelo presidente americano acontece num momento em que o mundo enfrenta uma escassez de semicondutores, essenciais para praticamente todos os manufaturados topo de linha, de carros a celulares, de computadores a armamentos bélicos.

Enquanto a indústria automobilística e a aviação encolheram por causa da pandemia, o trabalho remoto e o ensino online criaram uma enorme demanda por computadores e outros aparelhos eletrônicos.

A escassez de semicondutores levou gigantes automobilísticos como General Motors e Ford a diminuir a produção.

Continua após a publicidade

Os Estados Unidos dominam o mundo em matéria de desenho de chips, mas a manufatura é o forte de Taiwan, Coreia do Sul e Japão, aliados beneficiados pela transferência de tecnologia. 

A China investe maciçamente nos produtos de ponta – a Huawei já desenha seus chips e desenvolveu o Kirin para o 5G-, mas ainda não chegou ao estágio avançado de semicondutores para inteligência artificial e outros usos nesse limiar.

A “batalha dos chips” vai ser, ou já está sendo, um dos capítulos mais importantes do enfrentamento entre Estados Unidos e China.

Continua após a publicidade

Outra área em que Joe Biden quer sanar as vulnerabilidades: a das terras raras, tão essenciais quanto os semicondutores para equipamentos de alta tecnologia.

Nisso, a China tem uma vantagem quase insuperável. Com os maiores depósitos de minérios de terras raras (120 mil toneladas; o Brasil, com 21 mil, fica em terceiro lugar, depois do Vietnã; e os Estados Unidos, em oitavo), domina 100% da produção dos materiais sem os quais ninguém fala ao celular, entre outros usos.

O confronto entre China e Estados Unidos, e seus aliados, acontece no campo da tecnologia, mas sem a combinação de matérias-primas e cérebros não existe tecnologia que dê jeito.

Continua após a publicidade

Quando Trump declarou a guerra tarifária, a China chegou a cogitar em boicotar a venda de minerais de terras raras. Não foi adiante, já prevendo as consequências. Isso não significa que ignore o poder que a reserva estratégica lhe dá.

Nos anos dourados da globalização, todo mundo vendia tudo para todos, no que parecia ser um ciclo sem fim de benesses recíprocas. A pandemia e a realidade crua do grande plano da China para alcançar a supremacia global acabaram com a festa. 

Os Estados Unidos e outras potências ocidentais descobriram que poderiam ficar sem máscaras,  sem kit de testes, sem vacinas, sem chips, sem terras raras.

 No mundo atual, isso equivale praticamente a ficar sem nada.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.