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Eleição mostra que Bolívia de indígenas subdesenvolvidos não existe mais

'Capitalismo para todos' pode ter sido apenas um slogan eleitoral que ajudou a eleger Rodrigo Paz, mas é uma prática no mundo real

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 20 out 2025, 10h51 - Publicado em 20 out 2025, 10h51

Eles viajam à China para abastecer seus comércios, moram e trabalham em prédios inacreditavelmente  sincréticos e coloridos conhecidos como cholets, aprenderam novos métodos de negócios com a diáspora no Brasil e na Argentina, querem que os filhos estudem na Europa ou nos Estados Unidos e criaram, com muito trabalho, o novo capitalismo à boliviana. Foi essa incrível mudança econômica, política e social que impulsionou o fim da era do socialismo à la Evo Morales e elegeu Rodrigo Paz presidente, colocado pela imprensa na categoria centro-direita para amainar um pouco a dor da perda da esquerda.

Para que está fazendo choramingando pelos cantos, um consolo: Evo foi importante em sua época, deu um sentido real de participação à população esmagadoramente indígena e fez melhoras na economia – além de levar no peito uma refinaria da Petrobrás dos trouxas brasileiros. O fato de que a escassez de combustível seja um dos maiores problemas da Bolívia, tendo influído na guinada eleitoral, mostra que o modelo do populismo de esquerda é sistemicamente defeituoso. Evo e companhia pararam no tempo, os bolivianos seguiram em frente, movidos por um dos mais essenciais motivadores do ser humano: o desejo de melhorar de vida.

O “capitalismo aymara”, referência ao maior grupo étnico boliviariano criou o que os antigos marxistas chamariam de nova burguesia, diferente da existente na região mais plana e um pouco menos indígena, tendo como centro Santa Cruz de la Sierra. Querem, como todos os empreendedores, menos governo grudado na sua cola. 

Rodrigo Paz pareceu o nome que concentrou essas expectativas, fez uma campanha completamente diferente das tradicionais e surfou numa onda de otimismo em torno dele e suas críticas ao “Estado tranca”, o Estado que atrapalha. Significativamente, é filho de um ex-presidente de esquerda, Jaime Paz Zamora, um dos fundadores do MIR, o Movimento de Esquerda Revolucionária, perturbado pelos problemas de sempre – acusações no campo da corrupção e do tráfico de drogas.

ALTAMENTE EXPLOSIVO

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Por motivos óbvios, o filho Rodrigo foi criado no ambiente do MIR, mas aproximou-se progressivamente do Partido Democrata Cristão, com encrencas múltiplas típicas da vida partidária na Bolívia. Foi favorecido pelo desejo de mudança, perfeitamente natural depois de vinte anos de socialismo à la boliviana, e pelas brigas internas entre Evo e o presidente em fim de mandato, Lucho Arce.

E por aquele pessoal que gostou da ideia de “capitalismo para todos” e fez até um boné melhor ainda do que os de Trump, com os dizeres: “Make Bolivia Sexy Again”.

Para o governo brasileiro, é uma grande mudança perder um aliado de esquerda, da mesma forma que a Colômbia e a Venezuela, sem contar o Chile, que tem um conflito raiz com a Bolívia por causa da saída para o mar. 

Rodrigo Paz não quer abalar as estruturas e tem todo o interesse em não criar problemas com o Brasil – roubar coisas dos outros, só quando a fraternidade esquerdista está no poder. Também sabe que o momento atual é altamente explosivo, com a política ainda não de todo conhecida de Trump para a Venezuela, sem contar a crise econômica local. Pelo menos, está do lado certo. O resto será definido pela aprovação ou rejeição dos aimarás capitalistas, uma categoria que realmente ninguém esperava.

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