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Chove dinheiro na Argentina: Massa aposta que vai para segundo turno

Candidato do governo distribui um dinheiro que o país não tem para reforçar suas chances de disputar a final com Javier Milei

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 13 Maio 2024, 22h29 - Publicado em 30 ago 2023, 07h58

“Patricia já era. Não tem para onde ir. Não tem discurso. Milei é a direita e a mudança, nós somos o governismo que pode propor estabilidade”.

A análise, feita por uma fonte da campanha de Sergio Massa para o Infobae, tem um tanto de expressão de desejos e outro tanto de realidade. Na arrancada para o primeiro turno, em 22 de outubro, Massa, o candidato do governo e ministro da Economia, uma combinação simplesmente surreal que nem provoca mais do que um dar de ombros na Argentina, parece ter ultrapassado Patricia Bullrich, do Juntos pela Mudança.

Para melhorar suas chances, ele está distribuindo dinheiro a aposentados e a trabalhadores. Pequenas e médias empresas também ganharão uma forcinha. É uma pura, simples e cínica compra de votos. Em nome de arrefecer os efeitos da inflação, põe dinheiro no bolso dos desesperados pela desvalorização de 22%, a mais recente facada pela frente levada pelos argentinos. “A inflação vai comer tudo”, resumiu Patricia Bullrich. Ou então os beneficiados simplesmente irão ignorar o propósito eleitoral do dinheirinho extra — como aconteceu no Brasil.

Se Massa chegar ao segundo turno, conta ter a seu favor, além da massa peronista, as forças do sistema apavoradas com as ideias ultra-radicais de Javier Milei e seu “plano motosserra”, que já diz muito sobre seu teor maximalista, a começar pela dolarização, uma ideia com pouquíssimos seguidores.

Números que chegam à campanha massista: Milei leva de 35% a 38% dos votos em 22 de outubro, Massa fica com 30% a 33% e Patricia Bullrich não passa da faixa de 19% a 23%. No segundo turno, o jogo é praticamente zerado. Outras pesquisas convencionais dão o mesmo panorama, com a exceção de uma, pela qual Patricia ainda está no jogo.

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Que um peronista, pelo menos da boca para fora, seja visto como o ator racional e confiável, o nome do sistema contra uma ameaça nada menos que tectônica, já diz praticamente tudo sobre a Argentina. Mas diz também sobre Massa: entre todas as horripilantes opções que havia para ministro da Economia e candidato a presidente, ele foi o menos pior. Tem autoridade, liderança e pose. Também é evidente que ele está juntando cacife para, docemente ou seja lá como for, enterrar o kirchnerismo.

A aposentadoria real de Cristina Kirchner coincidiria com uma implosão da frente oposicionista montada por Mauricio Macri, fortemente sacudida pela irrupção de Javier Milei. Os dois grandes antagonistas da última década sairiam de campo.

O governo brasileiro sob a atual administração está fazendo tudo para Massa ganhar — faz parte do jogo, caso os empréstimos do BNDES e outras bondades passem pelo teste da legalidade e da impessoalidade.

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Javier Milei evidentemente está vendo o mesmo quadro que os peronistas e faz o seu jogo, apresentando uma imagem muito menos extremista e até humanizada: em vez de declarações de amor aos cachorros, desmancha-se pela nova namorada, a humorista e imitadora Fátima Flórez.

“A casta espera Milei com os braços abertos”, ironizou o comentarista Carlos Pagni, do La Nación, usando o termo para definir o sistema, de todas as cores políticas, que turbinou o estonteante sucesso do anarco-capitalista.

Sobre a bonificação “compra votos”: é de 60 mil pesos, em duas etapas. Daria uns 500 reais se fosse possível converter uma moeda de volatilidade tão extrema que já estão enterrados no passado os tempos em que o dólar passar dos 700 pesos era considerado uma catástrofe.

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Poderia o administrador desse desastre ser eleito presidente?

Como em muitos outros casos, seu grande eleitor seria Javier Milei, uma fenomenal ironia.

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