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Casal Clinton: basta procurar para achar algum malabarismo ético

Sabem aqueles políticos que confundem público e privado? A provável futura presidente americana é do tipo

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 5 dez 2016, 11h19 - Publicado em 1 set 2016, 17h02
Porta giratória entre poder e dinheiro: Hillary e Bill são especialistas

Porta giratória entre poder e dinheiro: Hillary e Bill são especialistas

Como será o comportamento da presidente Hillary Clinton se sua eleição for espelhada pelo resultado das pesquisas?

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Usamos a palavra comportamento, e não governo, com um objetivo específico: analisar sua postura ética e “presidencial”, no sentido de que a chefe da nação deve ter atitudes, mais do que corretas, à prova do crivo implacável a que é submetida a pessoa no cargo mais poderoso do mundo.

Como o comportamento futuro só pode ser especulado com base naquilo que aconteceu no passado, a ex-primeira-dama, ex-senadora e ex-secretária de Estado não será uma presidente acima de qualquer suspeita. Uma confusão que os brasileiros conhecem bem, a de políticos que usam o público para favorecer o privado, obscurece constantemente a imagem projetada por ela

Hillary e Bill Clinton às vezes parecem formar mais uma associação para atividades ilegítimas, embora não ilícitas, do que um casal que se verá na rara posição de dupla presidência, ambos como políticos eleitos por direito próprio. O único precedente, pouco entusiasmante, é o de Néstor e Cristina Kirchner, na Argentina.

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O casal Clinton aperfeiçoou a arte de transformar preeminência política em dinheiro com espetacular eficiência. Sobrevivente de um impeachment, desprezado por uma parte da opinião pública e até suspenso da ordem dos advogados durante cinco anos pelas mentiras patéticas sobre seu caso com a estagiária Monica Lewinsky, Bill Clinton ressurgiu como estadista e milionário através do negócio de palestras e de consultoria, sempre em produtiva sinergia com sua fundação beneficente.

Nada de errado, mesmo que Clinton tenha levado o prestígio de ex-presidente a países governados por autocratas, ditadores e outras figuras pouco familiarizadas com procedimentos democráticos.

O problema está na porta giratória entre a Fundação Clinton e o governo americano, seja na posição dele como ex-presidente, seja na de Hillary quando era secretária de Estado. Uma reportagem do site Politico, que apóia Hillary sem disfarces, mostra como funcionários da equipe a que Bill Clinton tem direito como ex-presidente, pagos com dinheiro público, também trabalharam para a Fundação Clinton – uma indecência até pelos padrões de certos países tropicais.

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Ao todo, desde que Bill Clinton saiu da Casa Branca, os funcionários a seu serviço bancados pelo Estado receberam 16 milhões de dólares. É impossível não concluir que a Fundação Clinton foi subsidiada indiretamente.

Para complicar, alguns deles também trabalharam ou prestaram serviços ao Departamento de Estado na era Hillary. Para complicar mais ainda, entre eles estão os responsáveis por instalar o escandaloso sistema através do qual a então secretária de Estado só se comunicava por e-mails providos por um servidor instalado no banheiro de sua casa no estado de Nova York.

Com a porta giratória funcionando sem parar, um dos beneficiados criou uma consultoria extraordinariamente bem sucedida, chamada Teneo Holdings, especializada na aproximação entre dinheiro e poder. Bill Clinton era presidente honorário (mas remunerado).

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Huma Abedin, a assessora mais íntima de Hillary, aquela que finalmente largou a porcaria do marido viciado em mensagens picantes, conseguiu o prodígio de trabalhar simultaneamente no Departamento de Estado e na Teneo, beneficiada por uma exceção na proibição à superposição entre empregos públicos e privados.

Na semana passada, uma reportagem da agência AP, baseada como a do Politico na lei de acesso à informação, mostrou a quantidade de doadores da Fundação Clinton com quem Hillary Clinton se encontrou ou falou, na condição de secretária de Estado. Foram mais de 80, num total de 150, excluídos todos os funcionários ou representantes de governos estrangeiros, uma vez que uma das funções inerentes ao cargo de chefe da diplomacia americana é ter contato com pessoas do tipo.

A reportagem da AP foi muito criticada pela imprensa clintonista por dar uma impressão errada ao falar, num resumo por Twitter, que mais da metade dos contatos oficiais de Hillary como secretária de Estado foram com generosos contribuintes da Fundação Clinton.

A questão é que, em matéria de “impressão errada”, o casal Clinton, com seus malabarismos éticos, tem se mostrado imbatível.

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