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Brexit: está tudo perdido ou ainda tem uma saída decente?

Protelar pode ser a pior decisão e existe pouco para colocar no lugar da proposta cuja aprovação Theresa May não consegue forçar

Por Vilma Gryzinski 12 mar 2019, 15h31

Muita coisa pode ser dita sobre Theresa May, menos que ela não tentou. Insistindo em repetir a mesma coisa e obter resultados diferentes (não, Einstein nunca disse que é esta a definição de insanidade, mas todo mundo entende o conceito), ela negociou com uma persistência quase maníaca até os últimos instantes.

Quando perdeu a voz, enfrentou a ironia de parlamentares que lhe ofereceram pastilhas para a garganta com mais uma manifestação de teimosia: “Vocês deveriam ter visto como ficou a voz de Jean-Claude Juncker depois das nossas conversações”.

Juncker, o acidamente irônico e às vezes meio embalado presidente da Comissão Europeia, não parecia nem um pouco afetado.

A primeira-ministra saiu direto de um ato religioso com a família real ontem em Westminster, onde usou uma das mais bizarras combinações de seu exótico guarda-roupa, e partiu para o tudo ou nada numa viagem a Estrasburgo.

Extraiu de Juncker a mais mínima das concessões: uma garantia de que o livre ingresso de mercadorias entre a República da Irlanda (que continua na União Europeia) e a Irlanda do Norte (ainda parte do Reino Unido, em processo de desligamento) não teria duração indefinida, sabotando assim o próprio conceito da separação.

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Nem este mísero gesto sobreviveu. O procurador-geral emitiu uma opinião jurídica devastadora. Na prática, a encrenca irlandesa continuava exatamente do mesmo tamanho.

Os deputados conservadores favoráveis ao Brexit, que são uma minoria no próprio partido, mas em número suficiente para detonar a aprovação do acordo proposto por Theresa May, disseram que vão votar contra.

Outros grupos minoritários e até parlamentares que têm medo de não se reeleger por representarem distritos onde os eleitores apoiaram o Brexit, também caíram fora.

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Curiosamente, existem pesquisas indicando que os eleitores que votaram pelo Brexit, talvez exauridos pelos 18 meses de discussão árida e interminável, preferem que a proposta de Theresa May seja aprovada logo de uma vez, para ver se a coisa avança.

Uma considerável maioria de 58% dos pesquisados acham que a proposta deve ser endossada e apenas 24% são contra.

A pesquisa foi encomendada pelo governo e, no ambiente atual, isso já provoca suspeitas. Aliás, qualquer pesquisa já parece nascer contaminada.

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Outra pesquisa mostrou que nada menos que 44% apoiam a saída “a seco”, sem acordo nenhum, apesar das graves consequências no trânsito de mercadoria e pessoas, entre outras.

A tendência do momento é que a proposta de Theresa May seja rejeitada. Mas também a ruptura a seco acabe descartada. Sobra a opção de adiar por alguns meses a data marcada para o próximo dia 29.

O que pode ser conseguido no novo prazo que não foi alcançado até agora?

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Pouco ou nada. E com a possibilidade de que Theresa May já não seja mais primeira-ministra, derrubada pelo próprio partido pelas derrotas sucessivas.

Em circunstâncias menos excepcionais, isso já teria acontecido há um bom tempo. Mas as circunstâncias atuais não têm nada de comuns.

Fazer sempre a mesma coisa esperando resultados diferentes é uma espécie de pensamento mágico, um apagão nas fronteiras entre realidade e fantasia. Só funciona, e por pouco tempo, quando líderes de apelo populista conseguem enganar a própria população.

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O Reino Unido não é nenhuma Venezuela, mas está precisando de líderes inspiradores, embora não enganadores.

Ser teimosamente obstinada como uma espécie de Brienne de Tharth, a guerreira grandalhona e desajeitada de Game of Thrones, não deu este papel a Theresa May.

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