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‘Bolsonaro português’ e outros avanços da direita em eleições europeias

O Chega de André Ventura se torna um bloco forte no Parlamento de Portugal, num fenômeno similar ao de outros países da Europa

Por Vilma Gryzinski 21 Maio 2025, 07h16

A direita ganhou de lavada em Portugal. Tanto na versão tradicional como na mais exaltada, liderada por André Ventura, uma espécie de “Bolsonaro português” por apelar ao mesmo conjunto de ideias, apesar das diferenças nas realidades políticas.

E a realidade de Portugal é a mesma de outros países europeus: uma forte reação da opinião pública à imigração, levando a uma situação em que até turistas brasileiros, pelos quais os portugueses tinham tanto afeto, hoje são hostilizados.

A eleição de domingo deixou Portugal numa situação parecida com a da França, com três blocos fortes. O partido mais votado foi a Aliança Democrática, de centro-direita, com 32% dos votos. Empatados em torno dos 23%, ficaram o massacrado Partido Socialista e o ascendente Chega. Cada um terá 58 deputados na Assembleia da República, o Parlamento português.

Não é impossível divisar um futuro em que o Chega continue subindo e André Ventura se torne uma espécie de Marine Le Pen.

Também não é impossível que a direita populista venha ia ser a força predominante na Romênia. O europeísta – e gênio da matemática – Nicusor Dan venceu a eleição presidencial, mas George Simion, o nacionalista e simpatizante da Rússia putinista, levou 41% dos votos.

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CAMPO PATRIÓTICO

A política na Polônia tem suas próprias configurações, mas também é prognosticada uma vitória de um partido direitista mais consolidado, o Lei e Justiça, no segundo turno da eleição presidencial, com o candidato Karol Nawrocki, historiador de apenas 41 anos que se declara identificado com o “campo patriótico”.

Seis países da União Europeia já são governados por partidos de direita: Itália, Finlândia, Eslováquia, Croácia e República Checa, além da influência na coalizão de governo na Holanda. O Alternativa para a Alemanha é a segunda força política no país, numa espantosa ascensão agora emulada pelo Chega português. Será difícil seguir a linha do serviço de inteligência alemão, que a AFD classificou como organização extremista, o que implicaria em colocá-lo na ilegalidade.

Outro partido da direita populista em ascensão é o Reforma, do inglês Nigel Farage. Numa pesquisa sobre percepções, Farage aparece à frente, outro espanto, considerando-se o histórico consolidado de partidos tradicionais, como o Conservador, o mais antigo do mundo, e o Trabalhista.

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Na mesma pesquisa, Farage também aparece como o político que representa o líder da oposição, embora o partido tenha exatamente cinco deputados no Parlamento de 650 integrantes. É um péssimo resultado para a líder conservadora, Kami Badenoch, que encolheu em vez de crescer no cargo.

‘IMIGRANTES DE PRIMEIRA CLASSE’

Sempre que se fala em direita populista, pura e dura, nacionalista ou similares, o tenebroso passado europeu, entrelaçado ao fascismo e ao nazismo, lança suas sombras. Nem sempre é para iluminar o debate.

Existem ranços dessa ideologia maligna em alguns direitistas da nova onda, mas há também razões que não podem ser ignoradas. Elas vão desde uma reação ao retrocesso da soberania nacional representado pela União Europeia até o desconsolo em ver as mudanças introduzidas pela imigração em massa. Ignorar estas realidades é um risco político.

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Outras posições são mais performáticas. André Ventura, por exemplo, já declarou que “se a polícia tiver que entrar a matar, tem de entrar a matar”. Era referência a um incidente raro – a morte de um ex-presidiário num incidente com policiais – num dos países mais seguros do mundo, com 112 homicídios registrados em 2024.

Muitos brasileiros que moram em Portugal e têm direito a voto, escolheram o Chega, sendo brutalmente criticados pela esquerda. “Esse pensamento impera tanto entre os brasileiros de lavam privadas quanto entre endinheirados que dizem ter cruzado o Atlântico para desfrutarem da segurança em Portugal, mas agora se veem ameaçados por imigrantes que têm provocado violência”, escreveu Vicente Nunes no Público. “Insuflados por mentiras e propagandas de incentivo ao ódio e à xenofobia, esses brasileiros acreditam que são imigrantes de primeira classe.”

É claro que o colunista não atentou para o teor ofensivo de suas palavras: os brasileiros que moram em Portugal não têm o direito a fazer escolhas políticas. É um fenômeno já tristemente conhecido no Brasil.

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