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Até que idade um homem deve lutar em guerra? Conflitos elevam limite

Rússia, Ucrânia e Israel querem aumentar a idade dos aptos para servir e países desenvolvidos discutem a volta do serviço militar obrigatório

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 9 Maio 2024, 10h23 - Publicado em 14 fev 2024, 07h23

Servir no Exército, ou outro ramo das forças armadas, até os 70 anos? Esses são os planos da Rússia de Vladimir Putin.

E quando Putin planeja alguma coisa, ela, obviamente, acontece. A demanda criada pela invasão da Ucrânia, que já deixou o espantoso número de 350 mil baixas russas entre mortos e feridos, está movendo os novos limites. A ideia é passar de 51 para 65 anos o tempo de serviço dos combatentes, militares e civis, que “assinam o contrato”, ou seja, entram voluntariamente para a força de combate, sabendo que lutarão na Ucrânia. Os oficiais, militares profissionais, serviriam até os 70 anos.

O bom pagamento equivalente a 2.200 dólares por mês, inclusive a estrangeiros que queiram se arriscar, não está suprindo as necessidades da “máquina de moer carne”, como é chamada a tática russa de exaurir o inimigo com incontáveis ondas humanas – os primeiros sacrificados acabam revelando onde estão as peças de artilharia dos ucranianos e estas são bombardeadas.

A proposta de aumentar a idade dos combatentes foi revelada pela inteligência militar britânica, através do Ministério da Defesa, com o seguinte comentário: “Como a expectativa de vida dos homens russos antes da guerra era de 64,2 anos, a medida confere ao pessoal em serviço, na prática, um contrato vitalício”.

Com 100 milhões de habitantes a menos (43 contra 143 milhões), a Ucrânia também quer aumentar o tempo de serviço. A idade do recrutamento seria reduzida de 27 para 25 anos. A idade média do combatente no front, segundo projeções feitas por órgãos estrangeiros, é de 43 anos. O limite final foi aumentado para 60 anos, 65 no caso dos oficiais.

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Os tempos heroicos do começo da invasão, quando os centros de recrutamento tinham filas de voluntários, já ficaram no passado. Agora, recrutadores caçam potenciais soldados nas ruas e grandes quantidades de dinheiro trocam de mãos para evitar o recrutamento. O presidente Volodymyr Zelensky chegou a demitir todos os chefes desse serviço, por corrupção, o que acabou atrapalhando a mobilização.

LEGIÕES ROMANAS

A ideia de defender a pátria num momento de perigo produziu em Israel em fenômeno único: os reservistas mobilizados alcançaram a cota de 120%. Ou seja, mesmo muitos que não haviam sido convocados se apresentaram voluntariamente para servir depois do massacre de 7 de outubro. Ao todo, Israel convocou 287 mil reservistas.

Mas a guerra tem um peso e as Forças de Defesa de Israel propuseram a volta do serviço militar obrigatório para três anos (o prazo havia sido reduzido para 32 meses, em 2015, para os homens e dois anos para as mulheres).

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O limite de idade dos soldados seria aumentado para de 40 para 45 anos e 50 no caso dos oficiais.

Nas legiões romanas, os voluntários serviam por um período de 25 anos. Os estrangeiros, ao fim, recebiam a cobiçada cidadania romana, além de um lote de terra e da pensão.

GERAÇÃO TIKTOK

Em todos os países avançados, atrair jovens para o serviço voluntário vai virando um problema. “Tio Sam quer você”, dizia o cartaz criado quando os Estados Unidos entraram na I Guerra Mundial. Mas nem todos querem o tiozão: todos os anos, o Exército americano fica aquém da cota de recrutamento.

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A outrora gloriosa Marinha britânica está com navios de guerra parados, num momento em que participa dos bombardeios contra bases dos hutis, no Iêmen, a maior ameaça à navegação mundial em muito tempo. O Exército está enrolado: entrou na onda woke e faz campanha pelo recrutamento de minorias raciais, o que também provocou um encolhimento do tradicional fornecedor de combatentes: a classe trabalhadora branca.

Exércitos profissionais são a tendência dominante, mas países pequenos ainda conservam o serviço obrigatório, incluindo Áustria, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Suíça, Grécia, Lituânia, Letônia e Estônia. A obrigatoriedade foi recentemente reinstituída na Suécia, coincidindo com sua entrada na Otan, ao abandonar uma política de neutralidade tornada impossível com o ressurgimento da ameaça russa.

Esse ressurgimento tem provocado declarações que deveriam deixar a geração TikTok algo preocupada, mas uma pesquisa feita em janeiro no Reino Unido mostrou o contrário. À pergunta “Você lutaria por seu país?”, apenas 14% dos jovens na faixa dos 18 aos 24 anos responderam que sim. E 43% disseram que fariam todo o possível para evitar isso.

O problema é que, às vezes, não há opção.

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