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Até que durou muito: Netanyahu forçou queda do governo e nova eleição

Coalizão de partidos divergentes resistiu bastante, mas não à traição articulada pelo ex-primeiro-ministro que só pensa em voltar ao poder

Por Vilma Gryzinski 21 jun 2022, 07h42

O deputado Nir Orbach foi amigo e assessor do agora quase ex-primeiro-ministro Naftali Bennett. Virou traidor depois que Benjamin Netanyahu lhe ofereceu um bom preço: um lugar garantido para concorrer pelo Likud e uma vaga num futuro ministério se e quando Bibi conseguir o que trama o tempo todo, recuperar o poder.

Disputar o poder é da natureza intrínseca dos políticos, mas a facada pelas costas impressionou até pelos padrões israelenses de intrigas nada elegantes. Outra deputada já havia caído fora depois de ameaças constantes contra sua família.

A queda do governo de Naftali Bennett – “Uma grande notícia para milhões de israelenses”, espetou Bibi – não causa nenhuma estranheza. Ao contrário, ele até durou mais do que o previsto quando Bennett e Yair Lapid, agora seu substituto interino, costuraram uma coalizão que incluía oito partidos de centro, esquerda, direita, extrema direita e, bizarramente, um árabe islamista. Criado em maio do ano passado, durante a pandemia, uma grave emergência nacional num país pequeno como Israel, o governo teve sua morte anunciada desde antes de tomar posse. Tinha maioria de um mísero voto no parlamento.

O problema é o mesmo que causou tantas eleições seguidas – a próxima será a quinta em três anos. Nenhuma das principais forças políticas consegue maioria suficiente para formar um governo estável segundo o sistema parlamentarista que vigora em Israel.

Bennett e Lapid resolveram dissolver o parlamento e convocar nova eleição – em 25 de outubro – antes de caírem por falta de maioria.

Bibi já está em campanha. Aliás, nunca saiu dela. Prometeu formar “um governo nacional amplo, chefiado pelo Likud, um governo que cuide de vocês, cidadãos israelenses, sem exceção. Um governo que corte impostos, reduza preços, conduza Israel a feitos incríveis, incluindo ampliar o círculo da paz, como fizemos no passado. E, acima de tudo, um governo que restaure o orgulho nacional dos cidadãos de Israel de forma  que vocês possam andar na rua de cabeça erguida”.

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Enfim, uma terra de onde jorram leite e mel. Faz parte do jogo no qual Netanyahu é um consumado expert.

No começo do ano, o ex-primeiro-ministro, que agora tramou tão maquiavelicamente sua potencial volta, esteve a ponto de fazer um acordo que o tiraria da vida política por sete anos, em troca de não ser condenado a uma pena de prisão no julgamento por corrupção que enfrenta. Não fez, ancorado nas pesquisas que o colocam como o político mais popular do país, saudado como “Bibi, rei de Israel” pelos partidários mais entusiastas.

Ao todo, ele já foi primeiro-ministro durante quinze anos, em dois períodos, com um intervalo de uma década entre eles. Sair do inferno astral e ganhar o poder não é, portanto, novidade para Netanyahu.

Ele lidera um bloco de direita que, embora não tenha maioria, é o maior, isoladamente, do país. Curiosamente, Bennett poderia reivindicar uma posição mais à direita ainda, mas as composições que teve que fazer o deixaram exposto à metralha contínua de Bibi.

“A base de Netanyahu acredita verdadeiramente que ele foi tirado do poder de forma injusta por uma cabala elitista que manipulou instituições de estado, como o sistema judiciário, para passar por cima da vontade do povo”, analisou para o Financial Times a estrategista política Dhalia Scheindlin.

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Ajudou a enfraquecer Bennett a série recente de atentados, a faca e armas de fogo, praticados por militantes armados ou simples civis palestinos. Muitos israelenses acham que o governo não age com a dureza necessária para proteger seus cidadãos.

“Quando o terror sente o cheiro de fraqueza, ergue a cabeça”, incitou Netanyahu.

O ex-primeiro-ministro está sendo julgado por corrupção em três processos diferentes, ainda na fase testemunhal.

A possibilidade de que ele consiga formar a maioria que garanta sua volta por cima ainda é discutível. 

Faz parte da realidade em Israel viver em crise, em meio ao medo de atentados que podem brotar em qualquer lugar, a hipótese sempre presente de um novo conflito com o Hamas em Gaza e sob a ameaça constante de que o Irã consiga a bomba nuclear. Fora perigos mais imediatos, como a possibilidade de atentados iranianos contra turistas israelenses na Turquia que levou os serviços  de inteligência a apelar a todos para que saíssem do país.

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Também faz parte, como tem acontecido nos últimos anos, a falta de estabilidade política. Grande parte dos israelenses detesta ter eleições tão frequentes, mas a realidade é essa. E Netanyahu não vai deixar nenhuma oportunidade passar.

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