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Assassinato de Kennedy: mundo da conspiração ou do acaso

Sem revelações transformadoras, documentos secretos agora liberados perpetuam a suspeita dos desconfiados, mas não dão um fio de prova em contrário

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 30 jul 2020, 20h42 - Publicado em 27 out 2017, 07h50

O que é pior: viver num mundo onde “eles”, os poderosos da CIA ou da Ordem dos Templários, tomam decisões sinistras e secretas; ou estar ao sabor de coincidências sem ordem nem explicação?

Os novos arquivos liberados para o público sobre o assassinato de John Kennedy reforçam a segunda hipótese. Confusão, desconfiança e medo reinaram nos mais altos círculos do poder, tanto dos Estados Unidos quanto da União Soviética, depois dos tiros fatídicos de Lee Harvey Oswald em 22 de novembro de 1963.

O magnicídio em si já seria suficiente para gerar hipóteses conspirativas até o fim dos tempos, mas o assassinato de Oswald apenas dois dias depois, cercado por policiais de chapelão, alimentou suspeitas que os novos arquivos nem chegam perto de acalmar.

Há algumas curiosidades. J. Edgar Hoover, o inamovível diretor do FBI, figura central de inúmeras teorias conspiratórias, começou assim o relatório escrito uma hora depois que o assassino foi baleado: “Não há nada de novo sobre o caso Oswald, exceto que ele está morto”.

Mesmo com estilo tão seco, Hoover percebeu que iria ser preciso “divulgar alguma coisa para convencer o público de que Oswald foi o verdadeiro assassino”.

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Até hoje, não conseguiram. Outra dúvida importante é sobre o nível de controle que a CIA tinha sobre Oswald. Um homem que, por motivos ideológicos,  havia ido morar na União Soviética e voltado para os Estados Unidos, não passaria exatamente despercebido. Era monitorado pela CIA, tinha sido plantado, seria um agente duplo?

Nenhuma resposta. Na verdade, só mais dúvidas. Sobre o contato de Oswald com a embaixada soviética na Cidade do México, onde prestava serviço Valeriy Vladimirovicth Kostikov, do ramo da KGB especializado em assassinatos políticos, as informações são de chorar.

Diz um dos documentos: “Segundo telefonema interceptado na Cidade do México Lee Oswald esteve na embaixada em 28 de setembro de 1963 e falou com o cônsul, Valeriy Vladimirovich Kostikov.” Não tinha sido sequer uma interceptando direita: os agentes americanos só souberam do contato quando “Oswald ligou para a embaixada russa em 1 de outubro, identificou-se pelo nome e perguntou se tinha ‘algo novo sobre o telegrama para Washington’. O guri checou e respondeu que o pedido tinha sido mandado, mas não respondido”.

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Se não era da CIA, Harvey era usado de alguma maneira pela KGB? J. Edgar Hoover  relata a avaliação de um desertor da espionagem soviética, Yuri Nosenko. Segundo ela, Oswald “não tinha nenhuma conexão com a União Soviética. É descrito como um neurótico que foi desleal com seu próprio país”.

E como reagiram os russos ao assassinato de Kennedy? “Segundo nossa fonte, funcionários do Partido Comunista da União Soviética acreditavam que foi uma conspiração bem organizada por parte da ultradireita dos Estados Unidos para dar um golpe. Pareciam convencidos de que o assassinato não foi ato de um só homem, mas decorreu de uma campanha cuidadosamente planejada da qual participaram várias pessoas”.

E tem mais: acreditavam na participação do vice e substituto de Kennedy, Lyndon Johnson

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Ou seja, os russos eram tão conspiracionistas quanto boa parte dos americanos.

E achavam que algum “general irresponsável” poderia desfechar um bombardeio nuclear contra a União Soviética.

Os documentos foram liberados por decisão de Donald Trump, que prorrogou o sigilo de apenas uma parte dos arquivos.

Os profissionais da investigação sobre o assassinato de Kennedy estão vasculhando os documentos, procurando pequenos trechos de informações que ajudem a entender melhor o que aconteceu. Por enquanto, o mundo do caos, com suas coincidências absurdas, continua a reinar. E Lee Oswald mantém aquele sorrisinho com que entrou no inferno.

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