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Alemanha, uma forte aliada de Israel, critica ações militares em Gaza

Em termos sem precedentes, o primeiro-ministro alemão disse que não é mais 'justificável' atingir a população civil como está acontecendo

Por Vilma Gryzinski 28 Maio 2025, 06h40

Quando a Alemanha fala, Israel deve ouvir: não existe aliado mais sólido na Europa, inclusive por causa do passado tenebroso do antissemitismo no país. E o que o primeiro-ministro Friedrich Merz falou foi bem claro: “Atingir a população civil tão extensamente, como tem sido cada vez mais o caso nos últimos dias, não pode mais ser justificado como uma luta contra o terrorismo do Hamas”.

Obviamente, ele sabia da repercussão de suas palavras e as escolheu cuidadosamente. “Não entendo mais o que o Exército israelense está fazendo na Faixa de Gaza, com qual objetivo a população civil está sendo impactada em tal extensão.”

“Quando limites são transpostos, quando o direito humanitário está sendo violado, então o chanceler alemão deve se pronunciar.”

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que foi do mesmo Partido Democrata-Cristão que Merz, uma força tradicional de centro-direita, também usou palavras pesadas: “A expansão das operações militares israelenses em Gaza mirando na infraestrutura civil, inclusive uma escola usada como abrigo, matando civis, entre eles crianças, é abominável”.

Israel deveria ouvir com atenção essas críticas tão fortes porque não são da mesma família dos governos que atacam o país e não admitem seu direito à autodefesa, deixando transparecer seu ódio ao país e extrema condescendência com o terrorismo.

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RELAÇÃO ESTRESSADA

Mas é óbvio que Israel opera numa zona de alto risco para a população palestina. O Hamas funciona em túneis e centros de comando colocados deliberadamente em lugares de alto fluxo de civis, como escolas e hospitais. Para atacar esse inimigo, é lamentavelmente inevitável que inocentes sejam atingidos. Agora, multiplicaram-se os bombardeios que abrem caminho à reocupação por terra de Gaza, um objetivo já discutível em si mesmo, cansando repúdio mesmo entre aliados por causa do alto número de vítimas e da opacidade dos objetivos.

Os defensores da operação dizem que este é exatamente o objetivo do Hamas: tirar a legitimidade de Israel em razão da quantidade de baixas entre a população civil. É fato, mas Israel também não pode perder os poucos aliados internacionais que tem, sem conseguir destruir o Hamas e libertar os últimos vinte reféns.

Até com Donald Trump a relação está estressada. Segundo o Canal 12, foi tensa a conversa entre o presidente americano e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre as conversações dos Estados Unidos com o Irã sobre um eventual acordo nuclear. Disse Trump: “Eu quero uma solução diplomática com os iranianos. Acredito na minha capacidade de fazer um bom acordo”. É difícil imaginar que a informação não tenha sido vazada pelos americanos. Também foram fontes do governo que falaram ao New York Times sobre um prazo de apenas sete horas para Israel montar um ataque às instalações nucleares do Irã, diminuindo a janela de oportunidade para uma interferência que o evite.

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A possibilidade de que Trump esteja enganado e o Irã não aceite desistir do enriquecimento de urânio, a fronteira para uma bomba nuclear, deixa Israel numa posição altamente suscetível. Teria o país condições de atacar sozinho o programa nuclear iraniano? Com a guerra ainda sem ser resolvida em Gaza? E a possibilidade de que aliados importantes, como França e Reino Unido, dessa vez não ajudem a blindar o país contra uma retaliação iraniana?

Como sempre, e talvez mais do que nunca, Israel lida com questões existenciais. São enormes e sombrias as forças que querem ver Israel se dar mal. Não é hora de perder aliados.

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