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A verdade é pecado em política?

Winston Churchill preferia chamar de “inexatidão terminológica”

Por Vilma Gryzinski 7 dez 2025, 08h00

Imaginem viver num país onde a pessoa responsável pela economia culpa o governo anterior por todos os males do mundo e inventa rombos para justificar aumentos de impostos que serão usados para dar mais benefícios sociais e, assim, comprar os votos que garantirão futura eleição. Parece inacreditável, não? Pois é isso que está acontecendo com a ministra da Fazenda do Reino Unido, Rachel Reeves, cujo cargo de nome chique é chanceler do Exchequer.

Reeves não conhecia ou relegou uma regra fundamental: quem mente em público tem que deixar uma margem de manobra para poder alegar que, veja bem, não, não foi exatamente assim etc. etc. Tendo driblado a exposição pública em outras mentiras — inclusive numa carta assinada ao chefe, o primeiro-ministro Keir Starmer, sustentando na cara de pau que não sabia de uma taxa obrigatória para quem coloca para alugar um segundo imóvel —, ela achou que poderia usar um “rombo” de 20 bilhões de libras — sete vezes mais em reais — para justificar um aumento de impostos que penaliza quem trabalha duro, consegue ganhar acima da média e poupar dinheiro. Desmentida, inclusive pelo fato de que havia um superávit, não um “buraco negro”, ainda teve que assistir, ao vivo, a gravações do passado bem recente endossando a proposta do Partido Trabalhista de não aumentar a já pesada carga fiscal britânica. As reações foram extremamente negativas, com 68% da população achando que ela tinha mentido e que o dinheiro para salvar as criancinhas, como justificou o aumento, iria na verdade para quem vive de benefícios públicos e agora vai ter mais do que dois filhos para receber uma bolsa extra. Para piorar, algum gênio das comunicações achou que a ministra precisava de um makeover e Rachel apareceu com roupas mais bem cortadas, cabelo arrumado e até cílios postiços. Tudo fake. Detalhe: quando assumiu, mandou trocar a foto de Winston Churchill, que foi chanceler do Exchequer de 1924 a 1929, por uma tapeçaria medíocre com uma figura feminina. Ela só quer ter nas paredes obras de mulheres ou que as retratem.

“Os políticos profissionais se consideram em guerra permanente e, portanto, com direito a mentiras”

“Numa guerra, a verdade é tão preciosa que precisa sempre ser atendida por um corpo de guarda-costas de mentiras”, disse Churchill, com sua capacidade de resumir com brilho todos os assuntos importantes da humanidade. Foi ele também quem criou a definição original de fake news, “ïnexatidão terminológica”. Falar a verdade pode ser inconveniente na política, como descobriu Michelle Bolsonaro, novata num ambiente em que valem mais as alianças de momento do que a terminologia exata sobre a natureza dos aliados.

Os políticos profissionais se consideram em guerra permanente e, portanto, com direito ao corpo de guarda-costas de mentiras. Keir Starmer foi eleito porque os primeiros-ministros conservadores anteriores estavam indo mal, um, Boris Johnson, acusado erroneamente de agravar a pandemia e não ter uma relação impecável com a verdade, e outro, Rishi Sunak, de ter escondido os fatos sobre as isenções fiscais da mulher, uma indiana multimilionária. Tudo isso é passado. As pesquisas de opinião indicam que os conservadores serão varridos do mapa na próxima eleição e os trabalhistas ficarão num distante segundo lugar. A direita que ousa dizer seu nome, liderada por Nigel Farage, tem o espantoso prognóstico de uma vitória arrasadora. Até as mentirinhas que ele costuma contar estão sendo relegadas. Pelo menos enquanto não chegar ao poder.

Publicado em VEJA de 5 de dezembro de 2025, edição nº 2973

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