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Um número chamado Eva Schloss

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Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 ago 2018, 23h09 - Publicado em 14 nov 2010, 01h24

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Com aparente tranquilidade, ela puxa a manga da camisa para mostrar, tatuado no braço, o número que por meses, como prisioneira do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, fez dela parte de um índice. A tinta está borrada, mas pode-se ver alguns caracteres: um A, um 2, um 5. “Nos tratavam como animais, nunca diziam os nossos nomes”, lembra Eva Schloss, 81, meio-irmã de Anne Frank que também escreveu um livro sobre os horrores vividos no período nazista e veio à Fliporto divulgar a obra, A História de Eva, lançada no Brasil pela editora Record.

Até quando devemos discutir o Holocausto? É uma pergunta que a agita. “Até quando houver racismo”, diz, ao final de uma resposta comprida em que enumera atrocidades humanas mundo afora. A austríaca Eva Schloss tomou como missão divulgar seu livro pelo mundo e através dele os horrores ocorridos na Europa entre 1939 e 1945. Nesta semana, após a temporada em Pernambuco e uma passagem pelo Rio de Janeiro, onde lança seu livro na Livraria da Travessa, na terça, irá a São Paulo dar palestras no CEU Paraisópolis e no clube A Hebraica, na quinta.

“Há gente que diz que o Holocausto é uma invenção ou que não é tudo o que dizem. É por isso que relatos como o meu são importantes, e cada vez mais, já que em breve não restarão vítimas para contar o que viveram.” Foi por isso, diz, que não pensou em nenhum momento em desistir de escrever o livro, trabalho que consumiu dois anos duros, mas recompensadores. Hoje, depois de passar para o papel a sua história e de repeti-la aonde quer que vá com paciência de professora, Eva não tem mais os pesadelos recorrentes que por anos a fizeram acordar assustada no meio da noite. No sonho, caminhava por uma rua ensolarada que de repente escurecia e ela então se via prestes a cair em um buraco obscuro.

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O livro A História de Eva, lançado pela primeira vez na Inglaterra em 1986, já foi traduzido para pelo menos oito idiomas. A obra é uma espécie de continuidade do diário de Anne Frank, com quem conviveu quando criança e cujo pai seria  mais tarde seu padrasto: após a guerra, o Otto Frank, pai de Anne, uniu-se a Fritzi Geringer, mãe de Eva. Ambos perderam companheiro e filho em campos de concentração.

Da convivência com Anne antes da separação forçada pelos nazistas, Eva Schloss lembra de uma menina alegre que gostava de paquerar e que admirava estrelas do cinema. “Tínhamos a mesma idade, e ela era mais madura do que eu, que ainda gostava de brinquedos”, afirma Eva. “Mas, em Birkenau, eu fui forçada a crescer.”

Eva Schloss fez a conferência de abertura da Fliporto 2010. Neste domingo, ela visita em Recife a primeira sinagoga das Américas, no centro antigo da cidade.

Maria Carolina Maia

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