James Ellroy: ‘O cinema comprou os meus divórcios’
Considerado um dos maiores escritores de literatura policial contemporânea, James Ellroy que veio à Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) lançar o romance Sangue Errante (Record), e concedeu uma entrevista a VEJA. Você disse que não gosta de viajar. Está gostando do Brasil? Sim. De que maneira o assassinato da sua mãe e as suas […]

Considerado um dos maiores escritores de literatura policial contemporânea, James Ellroy que veio à Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) lançar o romance Sangue Errante (Record), e concedeu uma entrevista a VEJA.
Você disse que não gosta de viajar. Está gostando do Brasil? Sim.
De que maneira o assassinato da sua mãe e as suas experiências com drogas o empurraram para o gênero policial? Eu gostaria de falar sobre o romance que estou lançando aqui, Sangue Errante. Neste livro, a personagem Karen é central. Procuro dar uma dimensão moral e espiritual à figura da mulher. Eu poderia dar o subtítulo do livro de “minha busca pelas mulheres”.
Você disse em entrevista que a verdade nunca é contada com exatidão e que você se propõe a reescrever a história de acordo com suas observações. Você acha que os livros escritos por historiadores são verídicos? Não sei falar sobre isso. Meu relato é de testemunhos, decorre de artigos públicos roubados. Há uma veracidade digna nesses livros.
Em seus livros, você usa uma linguagem com frases curtas, muitos diálogos, descrição de ambiente, marcando o tempo, escrevendo na narrativa os dias e as horas. Um texto que se assemelha a estrutura de um roteiro. Qual a sua relação com o cinema, com os filmes policiais? Eu preciso marcar o tempo e o lugar das ações de meus personagens. É pura coincidência meus livros se parecerem com roteiros. Mas fui bem remunerado pelo cinema. Esse dinheiro comprou os meus divórcios. Portanto, não falo nada a respeito do meu ponto de vista sobre os filmes baseados em meus romances.
Você sempre leu muito? Que autores que mais o influenciaram? Don DeLillo.
Quem são, na sua opinião, os melhores autores de livros policiais hoje, e por quê? Não leio escritores contemporâneos.
Na literatura brasileira tem autores que se dedicam ao policial.Conhece Rubem Fonseca? Luiz Alfredo Garcia-Roza? Não.
Como é a sua rotina de trabalho? Escrevo a mão e uma moça que trabalha comigo há 28 anos passa para o computador. Eu não uso internet, não uso celular, não uso, iPad, facebook, ela que circula nesse universo para mim.
Sangue Errante acaba de sair no Brasil. Você já trabalha em um novo romance? Sim, escrevo um romance que se passa em Los Angeles no tempo da ataque japonês a Pearl Harbor.
Lilian Fontes