Fliporto: meia Flip para o livreiro dos tamancos
Personagem da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) há pelo menos seis anos, o paraibano Paulo Cavalcante marca presença também na Fliporto, e pela quarta vez. Em ambos os casos, assim como na Feira do Livro de Brasília, à qual não falta, ele comparece para vender seu livro, O Martírio dos Viventes – um romance autobiográfico […]

Personagem da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) há pelo menos seis anos, o paraibano Paulo Cavalcante marca presença também na Fliporto, e pela quarta vez. Em ambos os casos, assim como na Feira do Livro de Brasília, à qual não falta, ele comparece para vender seu livro, O Martírio dos Viventes – um romance autobiográfico sobre a seca de 21 meses ocorrida em 1971 – em expedientes de doze horas diárias sobre tamancos ocos, onde guarda bananas, pasta de dente e outros
produtos de primeira necessidade.
Em Pernambuco, no entanto, o professor de história da rede pública de Campina Grande e escritor nas horas vagas conta que costuma alcançar apenas metade das vendas de Paraty. Ele vende, em média, 120 livros por edição da Flip. “A vantagem é que a Fliporto é mais perto da minha casa. Vou gastar ao todo uns 200 reais com a viagem, enquanto a ida à Flip me custa 1.000 reais”, diz Cavalcante, que acredita ainda numa melhoria nas vendas, este ano, por conta da mudança de sede da Fliporto. A festa migrou da pequena Porto de Galinhas, cidade litorânea a cerca de uma hora do Recife, para Olinda, onde tem uma programação maior e acontece paralelamente à Feira de Livros de Pernambuco.
A organização do evento não tem, ainda, uma estimativa de público, mas já se sabe que a abertura da festa, no início da noite desta sexta-feira, atraiu 4.000 pessoas ao centro histórico de Olinda.
Maria Carolina Maia