Um dos principais nomes da literatura brasileira, Raduan Nassar, 80 anos, venceu, nesta segunda-feira, o Prêmio Camões. Esta foi a segunda vez que o vencedor foi escolhido por unanimidade — a portuguesa Hélia Correia foi a primeira, em 2015 — e o júri destacou “a extraordinária qualidade da sua linguagem” e a “força poética da sua prosa”. Mais importante prêmio anual da literatura lusófona, o Camões analisa o conjunto da obra do autor e paga 100.000 euros (em torno de 400.000 reais) ao escolhido.
Autor das obras-primas Lavoura Arcaica (1975) e Um Copo de Cólera (1978), Nassar há muito se retirou da vida literária e raramente faz aparições públicas. Em 2012, participou de uma homenagem que recebeu na Balada Literária. Apenas ouviu e sorriu. Mais recentemente, foi a Brasília com um grupo de artistas para demonstrar apoio à presidente Dilma Rousseff.
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O júri foi composto pela professora e ensaísta Paula Morão e o poeta e colunista Pedro Mexia, os professores universitários, críticos e escritores brasileiros Flora Süssekind e Sérgio Alcides do Amaral, o escritor moçambicano Lourenço do Rosário, reitor da Universidade Politécnica de Maputo, e a ensaísta são-tomense Inocência Mata.
O Prêmio Camões já premiou os seguintes brasileiros: João Cabral de Melo Neto, em 1990, seguido por Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), António Cândido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira Gullar (2010), Dalton Trevisan (2012) e Alberto da Costa e Silva (2014).
(Da redação com Estadão Conteúdo)