Dia dos Pais: Revista em casa por 7,50/semana
Imagem Blog

VEJA Meus Livros

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Um presente para quem ama os livros, e não sai da internet.

Conversas com Vargas Llosa

.

Por Nelson Ascher
Atualizado em 13 ago 2018, 21h24 - Publicado em 16 jun 2012, 22h33

 

Literatura e política se cruzaram amiúde na América Latina dos últimos 100 anos. Mas o que menos se viu foram escritores dispostos a defender opiniões minoritárias e impopulares entre a intelectualidade esquerdista dominante. Dentro dessa minoria, ninguém mostra tanto brio quanto Mario Vargas Llosa, o romancista e ensaísta peruano de 75 anos que concorreu à Presidência de seu país em 1990 e ganhou o Nobel de Literatura no ano passado. Conversas com Vargas Llosa (Panda Books; 232 páginas; 39,90 reais), do jornalista e colunista de VEJA.com Ricardo Setti, oferece um panorama rico dessa carreira singular, conduzido pelas observações sempre certeiras do entrevistado.

A primeira edição do livro era o resultado de uma entrevista feita no correr de três dias, em 1985, na casa do escritor, no Peru, para a revista Playboy. Esta reedição é complementada com entrevistas realizadas em 2010, em São Paulo, poucos dias depois de o Nobel ser anunciado. Nos conversas-com-vargas-llosadois depoimentos, separados por 25 anos, o que se destaca é a personalidade coerente de um pensador que pode ter mudado de ideia aqui e ali, mas que se manteve fiel a seus princípios — dos quais o mais importante é a defesa intransigente da liberdade em face seja dos totalitários de esquerda seja dos autoritários de direita. Após um namoro juvenil com o comunismo, Vargas Llosa rompeu com o regime castrista de Cuba. Tornou-se, além de um dos poucos defensores latino-americanos da democracia e da economia de mercado, o mais famoso inimigo de todas as ditaduras, do antiamericanismo, do nacionalismo, do estatismo, da correção política, dos fanatismos e da violência.

Hábil e informadamente conduzido, o ciclo de entrevistas não reduz, porém, o escritor a um mero polemista. Setti dá a Vargas Llosa a oportunidade de discorrer saborosamente sobre sua juventude, família e iniciação sexual, sobre suas leituras e autores favoritos, sobre seus principais livros — particularmente A Guerra do Fim do Mundo, romance a respeito da Guerra de Canudos –, sobre a fama e seus dissabores. É à luz dessa riqueza toda que se entende que, do alto de seu triunfo literário e pessoal, Vargas Llosa possa concluir: “O ideal é viver como se fôssemos imortais. Continuar nossa vida com os mesmos projetos e as mesmas ilusões com que começamos a viver. Isso é possível se fazemos o que gostamos, se nossa vida está dedicada a materializar uma vocação, o que significa que a recompensa obtida é o ato mesmo de exercitar essa vocação”.

Continua após a publicidade

*Resenha originalmente publicada na edição 2243, de 16 de novembro de 2011, da revista VEJA

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ECONOMIZE ATÉ 41% OFF

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 16,90/mês
Apenas 9,90/mês*
OFERTA DIA DOS PAIS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.