Apesar de crise de livrarias, mercado livreiro cresce 4,6% em 2018
Mais de 44 milhões de exemplares de livros foram vendidos no país, representando um aumento de 1,3% em relação a 2017
O ano de 2018 foi marcado pela crise nas redes de livrarias Saraiva e Cultura, ambas em processo de recuperação judicial – com dívidas que, somadas, chegam a 960 milhões de reais. Apesar do cenário preocupante, uma estatística deixa uma pontinha de otimismo: a venda de livros no Brasil cresceu 1,3% em volume em relação a 2017. Já em faturamento, o crescimento foi de 4,6%.
Com 44,4 milhões de exemplares vendidos no ano, o setor movimentou 1,8 bilhão de reais, segundo dados da Nielsen Bookscan e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). Entre os fatores que colaboraram para o balanço positivo está a diminuição na concessão de descontos – a oferta por preços menores diminuiu 4,14% em relação ao ano retrasado – e o aumento do preço médio dos livros, 5,6%, indo de 40,61 em 2017 para 42,91 reais no ano passado.
Apesar de apresentar um início de ano com uma curva ascendente, as vendas perderam o ritmo ao longo do período devido a uma série de fatores: a greve dos caminhoneiros, a Copa do Mundo, as eleições e, é claro, a crise nas grandes redes de livrarias. Tais acontecimentos tiveram efeito direto sobre as vendas de Natal, que diminuíram 11,4% – com 500.000 exemplares vendidos a menos.
Entre os gêneros, os livros de ficção, que representavam 23,05% do total de faturamento do ano em 2017, passaram a representar 20,86% em 2018, uma queda de 2,2%. Já obras de não-ficção especialista – como livros técnicos e acadêmicos – cresceram 1,2% no bolo, passando de 28,97% de participação em 2017 para 30,17% em 2018.