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A verdade por trás de manchetes falsas que se espalham pela internet. Editado por João Pedroso de Campos.

Gilmar Mendes não determinou a retirada do BBB do ar

Notícia falsa inventa decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal em razão de "cenas obscenas" no reality show

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 dez 2017, 20h54 - Publicado em 2 mar 2017, 21h04

Circula no Facebook e em grupos de WhatsApp desde o início da semana uma notícia falsa que garante que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou a retirada do Big Brother Brasil, da TV Globo, do ar.

O motivo da decisão, tão drástica quanto fictícia, seriam as intensas atividades do casal Emilly e Marcos sob o edredom, filmadas pelas câmeras do reality show: “Após cenas obscenas no BBB2017, o Ministro Gilmar Mendes determina a retirada do ar”, diz a manchete.

Para o Jornal Brasil – Política e Democracia, de onde a mentira saiu, pouco importa que o programa apresentado por Tiago Leifert não tenha veiculado as imagens dos “brothers” na TV aberta – elas ficaram restritas ao pay-per-view. O site atribui à caneta de Mendes a seguinte pérola, com nada menos que quatro erros de ortografia ou gramática em algumas poucas linhas:

“Esse programa esta [sic.] se opondo ao pudor, é extremamente vulgar. Sem moral e esta [sic.] provocando indignação pela falta de moral na população, nõa [sic.] está de acordo com as finalidades educativas aos quais [sic.] é proposto o Código Brasileiro de Telecomunicações e o Regulamento dos serviços de Radiodifusão.”

Para evitar que uma simples consulta à programação da emissora desconstrua a mentira, seus criadores ponderam que a decisão não é imediata: “O julgamento de Gilmar Mendes será analisado e se realmente estiver em desacordo com o Código Brasileiro de Telecomunicações o programa deverá ser retirado do ar”.

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Embora o ministro do STF não tenha determinado que a veiculação do BBB seja interrompida, não foram poucos os incautos que acreditaram na lorota. Apenas no site do Jornal Brasil, houve 157 comentários, a maioria aplaudindo a suposta decisão de Gilmar Mendes.

“Elogiável e necessária providência. A moral, os bons costumes e a família brasileira agradecem”, escreveu um internauta. “Parabéns ao Sr. Ministro. Deveriam passar um pente fino nas programações de TVs abertas. Nossa juventude está sendo corrompida por falsos valores”, elogiou outro.

A assessoria do gabinete de Mendes ressalta que “nunca houve nenhuma decisão do ministro Gilmar neste sentido e não há qualquer tipo de processo envolvendo este programa de TV tramitando no gabinete”.

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