O ex-juiz Sergio Moro é uma das piores figuras que já surgiram no Brasil. Ele acha que não, obviamente, e se sente superior, mas a verdade é uma só: resumidamente, para o Supremo Tribunal Federal, ele usou o poder de sua função pública para seus objetivos pessoais e ideológicos.
Ademais, acabou fomentando o bolsonarismo, e os quatro anos de Jair Bolsonaro – um homem abjeto, capaz de dizer as maiores barbaridades, como a defesa da tortura –, intoxicando a política brasileira.
Há outros responsáveis, mas Moro teve esse papel significativo. O importante é: se você pensar bem, o juiz da Lava-Jato não foi muito diferente de parte das pessoas que ele mesmo condenou.
Feitas essas ressalvas, é de tamanha importância condenar, também, a violência contra o hoje senador da República, vítima de um plano do PCC que mirava tirar sua vida e de sua família.
Ainda bem que a Polícia Federal teve um papel republicano – agora, no governo Lula, diga-se de passagem – e agiu para proteger a vida de várias pessoas, entre elas um adversário pessoal do presidente da República.
A frase de Lula – que deseja “foder Moro” – continua sendo infeliz, como dito pela coluna. No contexto desses dias, parece ainda mais infeliz. Entretanto, qualquer ilação de que uma coisa tem a ver com outra é um equivoco absurdo.
O líder do PT falava no sentido figurado. Tanto é assim que – sabemos agora – o ex-ministro de Bolsonaro está sob proteção há dois meses. E a PF agiu como tem de agir – de forma independente, salvando sua vida, a de um cidadão brasileiro com mandato político.
O caso revela, nas suas várias facetas, como o banditismo no Brasil tem piorado, se tornado cada vez mais grave, com facções planejando a morte de autoridades públicas.
Em meio a isso, temos uma certeza: governo Lula e as autoridades agiram de forma exemplar, e as instituições corrompidas por Bolsonaro parecem mesmo estar voltando para a sua função de Estado, e não de braço ideológico.