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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Plano estratégico do Conselho da Amazônia associa ONGs a crimes ambientais

Proposta de regulação das ONGs está inserido em categoria sobre ampliação da presença do Estado para reduzir crimes ambientais

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 nov 2020, 18h33 - Publicado em 10 nov 2020, 17h52

O documento do Conselho Nacional da Amazônia Legal que prevê a criação de um marco regulatório para as ONGs (organizações não governamentais) continua repercutindo de forma negativa para o governo Bolsonaro.

Uma carta aberta assinada por 73 organizações ligadas ao meio ambiente divulgada nesta segunda, 9, repudia a ideia de controle das ONGs na Amazônia.

“É gravíssima e repugnante a informação de que, em reuniões oficiais e que envolvem um grande número de ministérios, integrantes do atual governo apresentem de forma expressa propostas que afrontam a democracia no país”, aponta a carta.

As organizações ainda criticam o papel do Conselho Nacional da Amazônia Legal que, segundo elas, tem um resultado “quase nulo” na defesa da floresta.

“O Conselho Nacional da Amazônia Legal, colegiado inepto, sem participação social e de resultado quase nulo na defesa da floresta, deveria apresentar ao país algum plano para a diminuição do desmatamento, do crime ambiental, da grilagem e das queimadas. Ao invés disso, o que vemos é a confecção de um plano para silenciar os críticos ao governo e para sufocar a democracia”, apontam.

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Uma análise mais detalhada do documento do conselho mostra a forma como o governo Bolsonaro interpreta as ações das ONGs. A proposta de criar um marco regulatório é uma subcategoria dentro de um conjunto de ações para “reduzir os crimes ambientais”. Essas ações, por sua vez, estão inseridas no tópico de objetivos estratégicos na área de “ampliar a presença do Estado”.

Apesar da escolha do conselho, existem outros dois objetivos listados no documento que poderiam atender melhor a questão do trabalho das ONGs: promover o uso sustentável do Bioma Amazônia e promover prosperidade socioeconômica sustentável.

Para especialistas, a escolha da categoria onde foram inseridas as ONGs mostra que o governo vê essas instituições como organizações criminosas e aposta no aumento da presença do Estado para controlar suas atividades.

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