Existe uma regra entre os cientistas políticos que os diferencia de nós, público em geral, na hora de analisar o resultado das pesquisas.
Enquanto focamos muito mais nos números que mostram como está a corrida eleitoral em si num levantamento, ou seja, a intenção de votos, os especialistas olham com lupa a rejeição.
Pois bem.
Divulgada nesta sexta, 1º, a nova rodada do Datafolha – agora apenas no Rio – mostra um quadro diferente do nacional, se olharmos apenas para a corrida presidencial.
No estado fluminense, Lula vence com 41% contra 34% de Jair Bolsonaro – uma diferença de apenas sete pontos percentuais.
Como mostrado pela coluna, o instituto marcou uma diferença de 19 pontos entre o petista e o atual presidente – 47% contra 28% – em todo país.
Mas o que difere uma da outra? Justamente a rejeição.
Enquanto Bolsonaro mantém os mesmos 55% de veto ao seu nome em solo carioca, Lula tem um número maior do que os 35% “detectados” no amplo cenário nacional
Segundo o DataFolha, 42% dos eleitores do Estado disseram não votar no petista de jeito nenhum. Ou seja, o ex-presidente tem 7 pontos percentuais a mais de rejeição entre cariocas.
Pronto.
Está aí a resposta do por que, no Rio de Janeiro, Lula não ganha no primeiro turno. Se o Brasil fosse o estado fluminense, certamente veríamos um 2º turno dele contra Bolsonaro… a não que o petista, em 92 dias, diminuísse sua rejeição em quase dois dígitos entre os eleitores da região.