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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

Os 183 mil motivos para angústia e ansiedade

Ministro da Saúde perguntou por que os brasileiros estão ansiosos por uma vacina num país em que a doença infectou sete milhões

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 dez 2020, 10h10 - Publicado em 17 dez 2020, 09h55

O Brasil está ansioso por uma vacina porque o cidadão não aguenta mais ver seus parentes e conhecidos sendo vítimas do coronavírus. A pergunta feita pelo general Eduardo Pazuello, nesta quarta, 16, durante a divulgação do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, revela de vez a insensibilidade deste arremedo de ministro da Saúde.

“O povo brasileiro tem capacidade de ter o maior sistema único de saúde do mundo, de ter o maior programa nacional de imunização do mundo, somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Para que essa ansiedade, essa angústia?”, perguntou Pazuello no evento.

O questionamento é ofensivo, para dizer o mínimo. A primeira morte registrada no Brasil por causa do coronavírus aconteceu em março. Desde então, nos últimos nove meses, o país viu a curva crescer de forma assustadora. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou 7 milhões de casos confirmados e 183,7 mil mortes provocadas pela doença. Enquanto outros países estão lidando com uma segunda onda, a sensação é de que nunca saímos da primeira.

Por isso, o motivo da angústia por uma vacina é simples: as pessoas estão morrendo aos cântaros em um país que já tem uma lista grande de motivos para sofrer, como a crescente desigualdade social. Além do cenário assustador, a demora do governo em apresentar um plano e a postura da equipe do presidente Jair Bolsonaro – como a de Pazzuelo – deixam mais ansiedade no ar.

Embora a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan, a CoronaVac, tenha sido finalmente incluída no plano, a reação do ministro da Saúde mostra que o governo não tem tratado com urgência uma questão de vida ou morte. Ao contrário.

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Escolhido para ocupar o lugar de ministro interino após a saída de Nelson Teich, o general Eduardo Pazuello assumiu o posto  definitivamente em meio à pandemia. Mas não se mostrou efetivo no combate ao coronavírus. Pelo contrário, seus atos e palavras mostram apenas a lealdade ao presidente da República que erra desde o começo dessa crise sanitária.

Como a coluna mostrou, a escolha de Pazuello contraria anos de gestões que sempre priorizaram médicos no comando do Ministério da Saúde. Até mesmo a ditadura militar acreditou na medicina, mas Bolsonaro não.

Além disso, a fama de bom administrador de Pazuello, que cuidou da operação com refugiados da Venezuela em Roraima, não tem se traduzido em bom trabalho à frente do Ministério. O ministro demorou a dar uma resposta concreta sobre a imunização pois estava sempre preocupado em prestar continência a Bolsonaro.

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A politização da Coronavac, com troca de ataques entre o governo federal e o governador João Doria, de São Paulo, também mostram que a motivação dos brasileiros não é a mesma da equipe do governo federal.

Com um plano divulgado, a esperança é de que o registro das vacinas aconteça e que, em breve, possamos ver uma curva crescente começar a cair. Angústia, ansiedade, dor, medo, luto, tudo isso e muitas outras aflições já passaram os milhões de brasileiros cujos familiares morreram, ou tiveram a forma grave de doença.

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