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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Operação da PF revela qual general mais se opôs ao plano golpista

Entenda

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 nov 2024, 14h58 - Publicado em 26 nov 2024, 14h47

As novas revelações sobre o golpismo bolsonarista, agora sem sigilo por decisão do ministro Alexandre de Moraes, reforçam ainda mais a ideia de que o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes é um grande herói nacional, merecendo todas as honrarias por isso.

Uma das conversas descobertas pela operação contragolpe mostra que o general Mario Fernandes, secretário-geral da Presidência interino no governo Bolsonaro, tentava cooptar membros do Alto Comando do Exército através de um subordinado, o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu. “Cinco não querem, três querem muito e os outros zona de conforto. A lição que a gente deu para a esquerda é que o Alto Comando tem que acabar”, afirmou o oficial de patente menor sobre os 16 generais de quatro estrelas que formam o colegiado.

Segundo apurou a coluna, o mais importante nome que segurou os cinco generais contra o golpe bolsonarista foi Marco Antônio Freire Gomes. Como se descobriu em investigações anteriores, quando discutido a tentativa de golpe pelo próprio próprio Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, e com mais de uma versão da minuta do golpe, Freire Gomes foi categoricamente contra.

Na presença de militares de alta patente, inclusive das outras Forças Armadas, o general afirmou que “não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional”. Disse mais: “qualquer atitude, conforme as propostas, poderia resultar na responsabilização penal do então presidente da República”.

Era a ameaça de voz de prisão contra o presidente da República de então: Jair Bolsonaro.

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Em maio, VEJA publicou com exclusividade o depoimento de Marco Antônio Freire Gomes para a Polícia Federal em uma investigação bem anterior a Contragolpe, que agora mostra 36 pessoas divididos em seis núcleos que queriam uma aventura inconstitucional no país, além do assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.

É importante imaginar como deve ter se dado essa história. Um presidente da República apresentando, desavergonhadamente, minutas contra o estado democrático de direito a militares das mais alta patente,  esperando apoio total ao seu autogolpe.

O general Freire Gomes não se contenta em tentar demover o comandante em chefe das Forças Armadas e avisa que, se Bolsonaro tentasse algo, mandaria prendê-lo. No Brasil, isso é histórico. Merece ser celebrado, ainda mais em um país com histórico de golpes das forças armadas.

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Saiba mais aqui sobre a linha do tempo abaixo:

1922: Movimento dos 18 do Forte

1924: Revolta Paulista (segunda revolta tenentista)

1930: Revolução de 30

1937: Golpe do Estado Novo (apoio dos militares)

1945: Militares derrubam Getúlio

1955: Golpe Preventivo do Marechal Lott para garantir a posse de JK (contra militares que queriam impedir a posse)

1964: Golpe de 1964 

2013: Tropas golpistas em Goiás de preparavam para ir a Brasília durante o 8 de Janeiro

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