
Nomeado como interventor de Lula na secretaria de segurança do Distrito Federal, Ricardo Capelli deu um tiro certeiro em Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro acusado de facilitar atos terroristas da extrema-direita.
“Houve uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro bolsonarista Anderson Torres. Ele montou a sabotagem e viajou”, afirmou Capelli nesta terça-feira, 10, à CNN.
Como se sabe, os fatos são: Torres deixou o ministério da Justiça e assumiu a secretaria de Segurança do DF, mas viajou para os Estados Unidos para encontrar o ex-presidente justamente quando eram planejados os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília.
“O que mudou em 7 dias? É simples, no dia 2, Anderson Torres assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, exonerou todo o comando da secretaria e viajou. Se isso não é sabotagem, não sei o que é’’, disse Capelli, que é secretário-executivo do ministério da Justiça, comparando o vandalismo de domingo, 8, com a posse do presidente Lula sete dias antes.
Como revelou a coluna em dezembro, uma importante suspeita de investigadores relacionada aos atos antidemocráticos bolsonaristas – que também vandalizaram a capital do país no dia da diplomação de Lula – é de que a Polícia Militar negligenciou o tempo de resposta aos fatos criminosos.
E o que se viu no último domingo, 8? A mesma coisa. Como os dois casos se juntam? Através da omissão da Polícia Militar do DF. Não é segredo que o governo local é ligado a Bolsonaro. Ibaneis Rocha sempre apoiou o ex-presidente, e seus atos golpistas.
Em meio a esse quadro, o interventor de Lula está cada vez mais perto de responsabilizar não só os cerca de 1500 terroristas presos, mas também os agentes de estado que permitiram a destruição do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.