O risco para Lula dentro do PT após o acordo com militares
Ou... a nova briga entre o Partido dos Trabalhadores e o governo
Um novo estresse entre o Partido dos Trabalhadores e o governo Lula – sim, você leu direito, leitor – tem chacoalhado os bastidores de Brasília desde a semana passada, mas ganhou ainda mais musculatura nas últimas horas.
Uma parte expressiva do PT quer a recriação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos – destinada a localizar os milhares de assassinados pela ditadura militar -, mas que foi extinta por Jair Bolsonaro.
Ocorre que o estresse supera e muito a insatisfação do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que desmontou tudo o que havia sido milimetricamente preparado pela pasta para repudiar os 60 anos do golpe militar.
O presidente Lula tem sido pressionado por outros ministros de Estado, ex-ministros de governos anteriores e militantes históricos do PT para recriar de imediato o colegiado, que passou maus bocados nos anos Bolsonaro, amante confesso do regime que torturou e matou, entre outros, idosos, mulheres grávidas e até crianças.
Esses integrantes do Partido dos Trabalhadores entendem a sensibilidade do momento dos militares – à flor da pele com as investigações de seus oficiais pela Polícia Federal -, mas também sabem que se trata da última chance de se fazer uma reparação histórico do período que mais torturou e matou brasileiros desde a escravidão.
Para essa ala partidária, algumas questões institucionais, Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, precisam ser urgentemente recriadas, sob pena de Lula ficar taxado de “condescendente demais” com os militares. Historicamente falando…
PS – Esta coluna, como se sabe, é contra os acordos que isentam de punição torturadores do Exército, Marinha e Aeronáutica que atuaram no maior cover up de crimes imprescritíveis e contra a humanidade do país, protegidos pela excrescência chamada de Lei de Anistia.