O recado de empresários brasileiros preocupados com Trump
Eles se dizem dispostos a fortalecer parcerias com os EUA, mas a busca por novos mercados será inevitável

Se é verdade que as políticas de Donald Trump constituem o fator externo que mais impactará a economia brasileira em 2025, como apontou Pesquisa da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), só resta uma alternativa ao país: ampliar o intercâmbio comercial com o resto do planeta, de modo a diminuir a dependência dos Estados Unidos – onde, desde já, reina a insegurança.
Entre bravatas e faniquitos, Trump adotará efetivamente algumas das medidas anunciadas. Ainda que com alcance limitado em relação às ameaças iniciais, tais iniciativas podem atrapalhar o desenvolvimento do país.
Retaliações são necessárias – e deverão vir na mesma moeda –, contudo, este é o momento de o governo inovar e intensificar a conquista de novos parceiros.
É provável que os empresários já sigam por esse caminho, a julgar pelo alto índice – 60% – que, na pesquisa da Amcham, apontaram as políticas de Trump como o principal fator externo a impactar a economia brasileira. Eles dizem que não vão esperar sentados o fechamento dos canais de diálogo, e já procuram alternativas para manter a produção e incrementar a produtividade.
É claro que, oficialmente, o discurso não pode destoar da clássica manifestação de boa-vontade: não obstante os riscos iminentes, o Brasil precisa fortalecer parcerias com os EUA e gerar oportunidades de negócio.
Porém, o recado de que é preciso olhar para além está implícito, por uma simples questão de sobrevivência, visto que as relações atuais, já deterioradas, a depender da escalada dos conflitos até o final do mandato do republicano, poderão se esgarçar completamente.