As ações de Francisco Wanderley, o homem-bomba de 59 anos filiado ao PL, colocam muita responsabilidade na extrema direita brasileira, ou seja, nas mãos de Jair Bolsonaro.
O ex-presidente fez ataques durante anos contra a democracia, criando o ambiente para os atentados de 12 de dezembro de 2022, a tentativa de bombardear o aeroporto de Brasília, os ataques de 8 de janeiro e, agora, o atentado desta quarta-feira, 13, no Supremo.
Menos de 24 horas depois, Bolsonaro afirmou que o Brasil precisa de “pacificação nacional”.
Chega a ser revoltante ver o líder da extrema direita que fez ataques sequencias aos poderes, especialmente ao Supremo atacada pelo integrante do seu PL, afirmar que as “instituições têm um papel fundamental na construção desse diálogo e desse ambiente de união”.
Bolsonaro, ele mesmo como instituição presidente da República, fazia exatamente o contrário do que pede neste momento, quando o país testemunha mais um ataque à democracia de gravidade enorme.
Não adianta “apelar a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais” sem mudar o discurso belicoso e extremista que tem ajudado a criar os episódios de extremismo doméstica dos últimos anos.
Francisco Wanderley lembrou exatamente isso, que hoje o Brasil vive numa realidade em que existe a violência na política. As bombas jogadas pelo chaveiro filiado ao PL contra o STF lembraram o país dos horrores recentes.
Com isso, os principais planos da extrema direita foram por água abaixo em questão de horas. O terrorista jogou por terra o PL da Anistia para os golpistas do 8 de Janeiro, interrompeu uma votação para aliviar impostos das igrejas, tirou o foco do pacote fiscal do PT que vinha sendo corretamente criticado, deu fôlego para o inquérito das fake news e empoderou novamente o ministro Alexandre de Moraes.
Se na facada contra Bolsonaro, em 2018, houve a grave descoberta de que Adélio Bispo tinha sido filiado ao PSOL, imagine agora quando o terrorista Francisco Wanderley é filiado ao PL. Não dá pra desvincular uma coisa da outra, como a oposição tenta vergonhosamente fazer.