Em conversa reservada que durou de 15 a 20 minutos no hotel de Lula, às 12h30 do Brasil e 16h30 do Egito, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ouviu um importante pedido do presidente eleito. Os dois estão em viagem internacional para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27.
O petista – que inicia o seu terceiro mandato em janeiro – pediu que o orçamento do programa Bolsa Família permaneça fora do teto de gastos por quatro anos para dar previsibilidade aos gastos públicos, acalmando o mercado, mas não esquecendo sua principal promessa de campanha: o social.
Lula afirmou para Pacheco que compreende a importância e conquista do país com o teto de gastos – exigência do mercado financeiro –, mas que precisa agir para combater a fome. O presidente do Senado respondeu que há ambiente no Congresso para a aprovação de uma PEC que resolva essas duas questões.
A partir daí, com o desenvolvimento da economia e o retorno dos investimentos internacionais – estimulados por uma postura de preservação do meio ambiente –, a avaliação é de que esses gastos fora do teto diminuam. A ideia é reconquistar os fundos de investimento internacionais, o país recuperar o crescimento, gerando receitas e empregos.
O encontro reservado foi nos mesmos moldes daquele da semana passada, como mostrou a coluna, no qual primeiro Lula recebeu uma comitiva de senadores que acompanhavam Pacheco para depois ficarem sozinhos.
Na conversa com os outros políticos, foram apresentados alguns temas ligados à questão ambiental – aproveitando a COP27 – que estão em tramitação no Congresso, como a “regularização fundiária e a PEC do veneno”, pautas que precisam de posicionamento do novo governo para que se busque algum tipo de alinhamento, com o avanço delas ou não.
Já a PEC da Transição, que tratará do Bolsa Família fora do teto de gastos, está prevista para ser apresentada nesta quarta-feira, 16.