
Uma comparação do quadro eleitoral nos meses de julho dos anos 2014, 2018 e 2022, segundo dados do Datafolha, revela algo impressionante: o número de indecisos é absurdamente menor nesta campanha do que nas duas anteriores. Ao menos neste momento das três corridas pelo Palácio do Planalto.
Os dados são ainda mais relevantes porque estão relacionados às perguntas feitas na pesquisa espontânea, quando o nome dos candidatos não é apresentado aos entrevistados pelo instituto.
Em julho de 2014, o Datafolha mostrava um número de indecisos altíssimo: 49% dos eleitores diziam estar em dúvida sobre os candidatos à Presidência. Naquela data os principais nomes eram Dilma Rousseff, Aécio Neves e Marina Silva.
Quatro anos depois, em julho de 2018, o número de indecisos era um pouco menor – no mesmo mês de julho: 41% mostravam-se em dúvida em relação aos postulantes Jair Bolsonaro, Fernando Haddad, Geraldo Alckmin e Marina.
Agora, em 2022, o último Datafolha, também divulgado do mês de julho, traz um número de indecisos já bem menor, de apenas 26%. Trata-se da cristalização do voto, segundo cientistas políticos, presente de forma muito mais forte nesta eleição. E, com menos indecisos, menos chance também de alteração no quadro.
Um dos motivos, obviamente, é o fato de que os dois líderes são muito conhecidos – por mais de 90% dos eleitores. Disputam Lula, um ex-presidente que governou o país por oito anos, e um presidente no exercício do cargo, que busca a reeleição. Nunca houve uma disputa assim na história do presidencialismo brasileiro contemporâneo.







































