Dirigentes do PSB passaram a jogar a toalha – mesmo, em público – sobre a possibilidade de Márcio França ser candidato ao governo de São Paulo pelo partido, concorrendo com Fernando Haddad, do PT.
É que, diante da aliança nacional entre Lula e Geraldo Alckmin, novo integrante da legenda, se tornou inviável a candidatura única pessebista no maior colégio eleitoral do país.
O próprio França admitiu, nesta quarta-feira, 29, ao afirmar que sempre “propôs que, quem [tivesse] melhores condições eleitorais de defender a mudança para São Paulo, deveria apoiar os demais”.
Segundo o instituto Datafolha, Haddad tem 29% e França tem 20% na corrida estadual. A expectativa, então, é a de que França abandone a candidatura em prol do petista até semana que vem.
Ocorre que, nos bastidores do PSB, há uma avaliação de que, apesar de Haddad estar na frente agora, não se estaria contabilizando o “teto” que ele teria em São Paulo apenas por ser o candidato do PT, que perde há 30 anos para o PSDB na disputa estadual.
Outro fator importante para integrantes do PSB é que Fernando Haddad tem a maior rejeição entre os nomes postos ao Palácio dos Bandeirantes – especialmente na capital, onde perdeu para João Doria quando tentava a reeleição para a prefeitura paulistana.
Diante desse quadro, mesmo que a manutenção de França na disputa esteja com as favas contadas, esses líderes do PSB avaliaram à coluna, na condição do anonimato, que França teria mais chance de vencer qualquer um dos nomes que concorrem “pela direita” no Estado – seja Rodrigo Garcia, do PSDB, ou Tarcísio Freitas, do Republicanos.
É com esse raciocínio que uma ala pessebista afirma que Lula comete um grande erro em São Paulo. Pode até ser melhor para o ex-presidente, no âmbito nacional, ter o palanque de Haddad na disputa com Jair Bolsonaro, mas para o Estado será muito ruim.
Para eles, São Paulo, com Haddad sendo o candidato da esquerda na disputa, ou continuará nas mãos do PSDB, por uma vitória de Garcia, que hoje tem apenas 6 pontos ou – pior – com a ascensão do bolsonarismo em São Paulo, através de Tarcísio.
Na avaliação de integrantes do PSB, um dos dois crescerá nas pesquisas quando a campanha de fato começar, e será um imã para aquele eleitor conservador paulista, que sempre deu a vitória para a direita quando a disputa é contra o PT.