A equipe de Jair Bolsonaro já desenhou a estratégia necessária para que o presidente tente vencer o segundo turno das eleições contra Lula, segundo apurou a coluna.
Com as vitórias em São Paulo e Rio de Janeiro, primeiro e terceiro colégios eleitorais do país, Bolsonaro vai começar investindo em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do Brasil. Como se sabe, o eleitorado mineiro costuma ser o termômetro da eleição, conhecido como “swing state”: quem ganha em Minas sempre ganha no resto do país.
No primeiro turno, Lula venceu no estado, obtendo 48,29% dos votos registrados para presidente da República (ou 5.802.571). Bolsonaro conseguiu 43,60% dos votos (ou 5.239.264).
Por lá, o líder da extrema-direita deve buscar o apoio explícito de Romeu Zema, governador que conseguiu se reeleger no primeiro turno. Em 2018, quando venceu pela primeira vez, Zema usou a imagem de Bolsonaro. Depois, se afastou do presidente, mas dará seu suporte agora já que, por ser de direita, não apoiaria uma candidatura de Lula.
Usando Zema como alavanca e a máquina mineira a seu favor, o presidente quer tentar virar o jogo.
Na coletiva que deu após saber o resultado da eleição e da força do bolsonarismo, o presidente informou que iria se reunir com Zema, mas não adiantou como seria o encontro. Ao ser questionado sobre o dia da reunião, brincou: “eu nem achei a namorada para casar e já quer saber o nome da criança”. Mas o encontro aconteceu hoje.
A segunda parte da estratégia é investir no Nordeste. Como será difícil reverter a estrondosa vitória de Lula na região, o objetivo de Bolsonaro é conquistar votos preciosos, diminuindo a vantagem, que podem ser decisivos no dia 30 de outubro. O presidente deve usar todos os benefícios que já criou, como o Auxílio Brasil, e usar ainda mais a máquina para ampliar os projetos para os nordestinos.
O 13º do Auxílio Brasil é um dos planos de Bolsonaro, assim como novos benefícios às mulheres.
Em passagens que fez pelo Nordeste durante a campanha, o mandatário fez questão de dizer que foi o responsável por concluir a transposição do rio São Francisco, além de apontar sempre a redução no preço dos combustíveis – um resultado de sua política intervencionista na Petrobras. Ele deve continuar batendo nas teclas para atrair o voto dos nordestinos.
O presidente também citou a região ao mostrar a face mais branda, apontada pela coluna, após o resultado do primeiro turno.
Bolsonaro planeja fazer o impossível. Não há registros, desde a redemocratização, de um candidato a presidente que tenha ido ao 2º turno em segundo lugar e tenha vencido as eleições. Mas o mandatário sempre lembra seus correligionários o que fez em 2018, quando todos diziam que era impossível sua vitória sem tempo de TV e apenas com as Redes Sociais.
Bolsonaro precisa de mais de 6 milhões de votos para superar Lula. Já adotou uma postura mais moderada e agora deve investir toda a sua força nessa estratégia em Minas e no Nordeste. O presidente tem um longo trabalho para os próximos 26 dias.