
As Forças Armadas brasileiras vivem um dia até pouco tempo atrás impensável nesta quarta-feira, 2, quando se iniciou a primeira seleção de mulheres para o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.
O Distrito Federal está sendo a pioneira neste recrutamento de mulheres, que não é obrigatório como no caso dos homens, e sim voluntário. Contudo, a expectativa é de que revolucione, daqui a algumas décadas, toda a hierarquia militar.
À coluna, a primeira mulher presidente do Superior Tribunal Militar, ministra Maria Elizabeth Rocha, comentou o fato de que 35 mulheres que se alistaram passaram pela segunda fase da seleção para o chamado Serviço Militar Inicial Feminino.
“Isso é uma ampliação dos direitos da cidadania do feminino, do gênero feminino. Porque, afinal de contas, o dever de servir a pátria ou a possibilidade de servi-la não é apenas um privilégio dos homens, mas também das mulheres. As mulheres não podem ser consideradas como cidadãs de segunda categoria’, afirmou Maria Elizabeth Rocha.
“Por que as mulheres não podem ser combatentes? Por que as mulheres não podem servir a pátria se elas têm essa vontade, essa determinação? Eu acho que isso diferencia e faz toda a diferença na segunda guerra, por exemplo”, disse a presidente do STM.
Maria Elizabeth Rocha continua: “elas, nas forças armadas, nomeadamente dentro do exército brasileiro, são impedidas de servirem as forças de combate. Elas não podem integrar a engenharia, a infantaria, a artilharia e a cavalaria. Não podiam também, anteriormente, as comunicações, mas agora já podem. E isso já dificulta muito o acesso das mulheres na medida em que elas não podem ser promovidas a generais de quatro estrelas, que são as armas fins”, disse a presidente do STM.
A ministra concluiu dizendo que “é importante que as mulheres adentrem em todos os espaços de participação política, em todos os espaços da cidadania, porque isso significa o fortalecimento dos direitos civis”.