
O ex-presidente Jair Bolsonaro ganhou um ativo importante para lutar contra o processo no Tribunal Superior Eleitoral que pode deixá-lo inelegível. E – pasmem! – não se trata de articulação política para mudar o quadro na corte, hoje bastante desfavorável a ele.
O líder da extrema-direita, surpreendentemente, ganhou apoio popular.
Segundo nova pesquisa Ipec, 51% dos dos brasileiros acredita que o ex-presidente não é culpado pelos ataques terroristas contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.
Um choque para este colunista – que o vê como o principal culpado -, mas aparentemente este espaço faz parte da minoria. Ao menos, neste caso.
É que o mesmo levantamento aponta que – para apenas 22% – Bolsonaro deve ser julgado e perder o direito de disputar as próximas eleições. Ou seja, menos de 1/4 da população desejam que os ministros do TSE o punam com a inelegibilidade. Outros 19% defendem que o ex-presidente seja preso.
Bolsonaro esgarçou as quatro linhas da constituição enquanto esteve à frente do país. E fez isso à luz do dia. A partir da presidência, atacou os outros poderes até que seus apoiadores radicais tentaram o golpe.
Ele é, sim, culpado.
Como Veja mostrou, a bolsa de apostas no TSE hoje estão desta forma: se o julgamento de uma das ações que pedem a inelegibilidade de Bolsonaro acontecer no primeiro semestre, o ex-presidente muito provavelmente amargará uma derrota.
“O processo que pode deixar o ex-presidente fora do páreo em 2026 ganhou substância nas últimas semanas depois que o corregedor Benedito Gonçalves, responsável pelas ações eleitorais, decidiu aceitar quaisquer evidências que possam ajudar a comprovar se houve ou não crime por parte do então presidente” escreveu a jornalista Laryssa Borges.
Uma pesquisa pode não parecer, mas é. Ainda mais nessas circunstâncias. Os tribunais superiores de Brasilia são cortes políticas e seus ministros – sempre muito bem informados – tendem a se sensibilizar diante do que pensa a opinião pública. Agora, é esperar para ver como vai se desenhar o restante dessa história.