Marina ‘chuta o balde’ com razão, e precisa da ajuda de Lula
… e dos articuladores políticos do Planalto, da Casa Civil e da própria liderança do PT e do governo no Congresso

Os “valentões” Plínio Valério, do PSDB, e Marcos Rogério, do PL, dois bolsonaristas que acreditam que podem tratar uma mulher com bastante desrespeito – um já disse que gostaria de enforcar Marina Silva e o outro agora afirmou para a ministra “se colocar no seu lugar” – tomaram a resposta devida da integrante do governo Lula.
Marina – desrespeitada mais uma vez por Valério e agora por Rogério que presidia sessão na Comissão de Infraestrutura do Senado – levantou e foi-se embora nesta terça-feira, 27, deixando um recado importante: não será “submissa”.
A verdade é que iniciei esse texto com a palavra “valentões”, mas poderia chamá-los mesmo de covardes. Basta ver os vídeos da sessão para testemunhar um bando de homens tentando abafar a voz da ministra, apenas porque ela pensa diferente em questões relacionadas ao meio ambiente e de infraestrutura.
Desde quando não se pode divergir? Para o bolsonarismo só vale uma linha de pensamento e nem perderei mais uma vez o tempo do leitor em dizer quais são. Mas afirmar que a ministra não merece respeito ou que ela deve se colocar no seu lugar não é aceitável.
Marina tem buscado fazer uma articulação na Câmara para evitar a aprovação do PL da Devastação, que desmonta os procedimentos para licenciamento ambiental no Brasil num retrocesso sem precedentes.
No Senado, um relatório novo do projeto foi apresentado, votado em comissões e no plenário em apenas duas semanas. Agora, na Câmara, Marina não pode ser deixada sozinha pela articulação política do governo.
Lula precisa chamar a atenção dos articuladores políticos da quinta gestão petista, seja do próprio Planalto, na Casa Civil ou na liderança do PT e do governo no Congresso. Tudo para desfazer o “estrago ambiental” feito pelo Senado.