A promulgação da Reforma Tributária, nesta quarta, 20, acabou se transformando num ato muito maior do que o inicialmente previsto ou imaginado. Aconteceu no plenário da Câmara dos Deputados completamente lotado, faltando quatro dias para o Natal. Teve ainda a presença dos chefes dos poderes e discursos que se centraram na questão institucional.
Normalmente, seria no Senado. O fato do senador Rodrigo Pacheco, chefe do Congresso, ter transferido para a Câmara foi elogiado pelo presidente Arthur Lira. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, estava lá também e recebeu um pedido do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de ser o guardião da emenda constitucional que estava sendo promulgada.
O presidente Lula exaltou exatamente a força da democracia e o fato de ser possível, por ela, unir pessoas de partidos diferentes, num discurso em que pareceu esquecer a polarização com Jair Bolsonaro.
O ministro da Fazenda lembrou a trajetória dessa reforma que uniu professores e parlamentares. A emenda promulgada não é, como se sabe, um projeto do Executivo. Começou a ser formulada por professores, acadêmicos, economistas em 2014. Foi apresentada a todos os candidatos em 2018, lembrou Haddad, que era um dos candidatos daquela eleição.
Em 2019, chegou ao Congresso pelas mãos de um deputado, Baleia Rossi, do MDB. O projeto não andou porque o governo passado simplesmente não se interessou. A decisão do governo Lula, incluindo o ministro Haddad, foi a de abraçar o projeto. No discurso, eles deram o crédito a Pacheco e a Lira.
Mas o que realmente comemorou-se em todo a cerimônia foi mesmo a democracia e sua força – a mesma democracia que no começo deste ano foi atacada violentamente pelos seguidores de Jair Bolsonaro no dia 8 de janeiro.