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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Festival literário em Petrópolis começa inovando na forma e na diversidade

Trata-se do primeiro evento do tipo na cidade imperial e terá a presença do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, na abertura

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 11h49 - Publicado em 30 abr 2024, 21h00

O Festival Literário de Petrópolis, o Flipetrólis, que começa nesta quarta-feira, 1º, apresentará algumas das mais representativas figuras na literatura contemporânea hoje no Brasil. E do exterior, trará ninguém menos que a escritora franco ruandesa Scholastique Mukasonga, que está com livro novo. Primeiro evento do tipo na cidade imperial, tendo o luxo de ter a livraria dentro do Palácio de Cristal, ele será completamente igualitário em termos de gênero e cor, se considerados os escritores palestrantes.

Aliás, coloca o Brasil onde deve estar, longe da violência do tempo do império contra diversos tipos de raças e gêneros. A FliPetropólis trará ao leitor a literatura de indígenas, pretos, brancos, homens e mulheres.

Na mesma linha de outros festivais realizados pelo grupo de Afonso Borges, como a Fliaraxá, a Fliparacatu e Flitabira, o festival de Petrópolis se propõe a criar um vínculo com a comunidade local. No caso da FliPetropólis, a expectativa é maior porque é uma cidade próxima de uma grande capital, o Rio de Janeiro. A abertura do evento, terá o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.

O festival ainda terá uma cooperação direta e estreita com as escolas da cidade, seja para levar os alunos às livrarias, seja para as exposições, mesas dos autores de livros infantis e juvenis. Isso, além de promover um concurso de redação, que tem ajudado a formar leitores e escritores.

Confira abaixo entrevista com promotor cultural Afonso Borges, sobre a FliPetropólis.

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O que mais impressiona nos festivais literários organizados por vocês é, em primeiro lugar, a diversidade dos escritores. Indígenas, homem, mulher, branco, preto e com composições de mesas realmente mistas. Você poderia comentar os nomes desse festival em Petrópolis?

Afonso Borges – Sim, Matheus, nós estamos propondo uma coisa diferente através dos festivais. Eu falo na terceira pessoa porque isso é obra de Sérgio Abranches e Tom Farias, curadores, além de mim. Os festivais que faço, além do Flipetrópolis, Fliaraxá, Fliparacatu e Flitabira são acessíveis, inclusivos, antirracistos, éticos, educativos, artísticos, carregados de conceito e conteúdo. Todas as sessões, sem exceção, são gratuitas e abertas ao público. E os nomes escolhidos trazem, em suas obras, esta nova mentalidade que está, finalmente, sendo difundida no Brasil. São eles: Ana Maria Machado, Aílton Krenak André Diaz, André Trigueiro, Andréa Pachá, Antônio Torres, Aydano André Motta, Bruna Lombardi, Bianca Santana, Carla Camurati, Carla Madeira, Cármen Lúcia, Chico Otavio, Conceição Evaristo, Cris Olivieri, Edney Silvestre, Eliana Alves Cruz, Estevão Ribeiro, Frei Betto, Gustavo Grandinetti, Itamar Vieira Junior, Jamil Chade, João Candido Portinari, Jeferson Tenório, Joana Silva, Leandro Garcia, Leonardo Boff, Lívia Sant’Anna Vaz, Lucia Riff, Luís Roberto Barroso, Luiz Galina, Maria Edina Portinari, Maria Ribeiro, Matheus Leitão, Miriam Leitão, Morgana Kretzmann, Paloma Jorge Amado, Paula Pimenta, Patrícia Espírito Santo, Paulo Scott, Ricardo Ramos Filho, Rodrigo Santos, Rosiska Darcy de Oliveira, Scholastique Mukasonga, Sérgio Abranches, Silvana Gontijo, Simone Paulino, Taiane Santi Martins, Thiago Lacerda, Tino Freitas, Tom Farias, Trudruá Dorrico e Ynaê Lopes dos Santos.

A outra questão diferente de tudo o que se viu é um espaço de troca – de conversa entre autores e os seus leitores. Como você, Afonso, tem testemunhado isso?

Afonso Borges – Eu considero esta proposta de “conversas” como uma nova aposta. Os convites para eventos como este são sempre pautados por um tema, um título, uma orientação. Desta vez, a pauta conterá a surpresa que os bons encontros proporcionam. Os autores vão falar de sua obra, de seu trabalho, de suas vidas com uma mediação. Vai ser uma maravilha! E sempre com a diversidade na pauta: um negro com um branco, ou branca, ou indígena. Tudo misturado.

O concurso de redação que se transformou na menina dos olhos do festival – porque é por ele, por meio dele, que se incentiva as crianças a lerem e a escreverem. E as escolas se mobilizam mesmo. Disputam, tem torcida organizada, comemoram os prêmios. É o momento emocionante desses festivais comandados por você ao redor do país?

Afonso Borges – Sem dúvida nenhuma. Os prêmios em dinheiro são um ponto de atração, mas o mais importante é a participação efetiva dos professores. As redações são feitas em sala de aula e as próprias escolas que escolhem as melhores. Depois, o resultado passa pelo crivo dos jurados. No final, os autores homenageados, no caso, Conceição Evaristo e Ana Maria Machado lêem a redação premiada. É uma coisa inesquecível para quem ganha. Passa a fazer parte da história daquela criança ou jovem. Em Araxá, onde estamos há 12 anos, uma geração já se formou com o Concurso. E os ganhadores hoje tem um lugar de destaque em seus ambientes profissionais.

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