
O ministro da Previdência, Carlos Lupi, balança fortemente no cargo em meio à crise política gerada pela fraude no INSS com desvios bilionários do dinheiro de aposentados e pensionistas.
No Palácio do Planalto, acendeu o sinal fortíssimo de alerta diante do fato que, mesmo que o escândalo tenha começado no governo Bolsonaro, multiplicou-se na gestão petista.
Mas o problema maior não é só esse.
Ocupando um cargo de confiança de Lula, Carlos Lupi foi informado sobre a fraude no início do governo, logo em janeiro de 2023. Depois, em junho a comunicação sobre a fraude foi registrada em ata – ou seja formalizada.
E o que o ministro da Previdência fez? Nada, ou quase nada até a Polícia Federal deflagrar a operação quase dois anos depois.
Os movimentos para conter um esquema de fraude que chegou ao número de R$ 6 bilhões em aposentadorias e pensões do INSS desviados, sendo a maior parte deles no governo petista, foi muito tímida. A palavra é omissão.
Lupi diz ter demitido um diretor e pedido investigações internas, assume que sabia do caso e aproveitou até para colocar a culpa no próprio governo pela inação e demora.
“No governo, tudo é demorado. Eu sabia o que estava acontecendo, das denúncias. Eu sabia que estava havendo um aumento muito grande [dos descontos nas mensalidades], que precisava fazer uma instrução normativa para acabar com isso e comecei a me irritar pela demora. Só que o tempo no governo não é o tempo de uma empresa privada”, afirmou o ministro para a jornalista Geralda Doca.
A declaração aumentou o descontentamento no Palácio do Planalto, segundo apurou a coluna. O que o mantém no cargo hoje é a fragilidade do governo na relação com o congresso e proximidade da eleição de 2026.
Perder um aliado antigo quando a direita está tão forte e organizada pode ser fatal.