A Petrobras vai estar de novo no centro do debate político, desta vez nas eleições de 2022. Digo de novo, porque – é bom lembrar – ela esteve no coração da campanha de 2018, vencida por Jair Bolsonaro.
Agora, quatro anos depois, o presidente está acuado pela impopularidade que a alta do preço dos combustíveis pode gerar – gasolina e o diesel caros são matéria-prima utilizada por qualquer oposição no mundo.
Enquanto Bolsonaro lutará contra o apelido “Bolsocaro”, que será explorado ao longo do ano, o ex-presidente Lula terá que não só fazer o eleitor acreditar que ele pode baixar o preço dos combustíveis, como também que fará isso de forma sustentável. A última intervenção em governo petista na formação de preços da Petrobras gerou um enorme prejuízo.
Mesmo inocentado na Lava Jato e com mais de 20 vitórias para chamar de suas, o esquema de corrupção que existiu na estatal do petróleo também continuará sim a ser explorado pelo atual governo na campanha de 2022.
A ideia bolsonarista é bater na tecla de que Lula só se livrou por conta do Supremo Tribunal Federal (STF), mas que o esquema existiu, aparelhando as diretorias e gerências através de partidos como o próprio PT.
Ou seja, enquanto o PT e Lula tratarão da política de preços da Petrobras nas inserções do PT, Bolsonaro tentará ressuscitar o fantasma da corrupção que tanto influenciou o último pleito.
Mas no eleitor – talvez – faça mais sentido o peso dos preços cada vez mais altos, o custo de vida que sobe em todos os produtos, e que é bem visível na bomba de gasolina.
É esperar para ver o que vai acontecer.