
Aumentou a temperatura no desentendimento entre os governos brasileiro e israelense.
De um lado tem a demora na liberação dos brasileiros. Um diplomata graduado usou a palavra “inexplicável” diante da pergunta sobre o atraso. Mas o mais grave foi o comportamento e nota do embaixador de Israel em Brasilia.
Daniel Zonshine disse que “se escolheram o Brasil é porque tem gente que ajuda”. Ele se referia à operação da operação da Polícia Federal que prendeu duas pessoas investigadas por suposta cooperação com o Hezbollah.
O Brasil decidiu aumentar as pressões para libertar os brasileiros que estão em situação dramática e sob risco na guerra entre Israel e Hamas. Além de não libertarem os brasileiros, o representante do governo de Israel faz ilações sobre o Brasil.
Nesta quinta-feira, 9, o ministro da Justiça, Flávio Dino, repudiou publicamente – e de forma enfática – qualquer tentativa do gabinete do primeiro-ministro daquele país, Benjamin Netanyahu, de interferir na soberania nacional.
“Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar o resultado da investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento”, disse Dino.
É que no dia anterior, Israel informou ao mundo que a agência de inteligência Mossad cooperou com a Polícia Federal brasileira, compartilhando informações sobre o grupo radical libanês Hezbollah.
Os extremistas estariam planejando um suposto atentado terrorista no Brasil, que foi impedido pela PF.
Como a coluna informou, se o judiciário brasileiro confirmar, ao fim do processo legal, as investigações da Polícia Federal sobre a célula do Hezbollah no Brasil, estaremos diante de um fato inédito na história do país.
Em meio à subida de temperatura, o ato do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, de encontrar Jair Bolsonaro no Congresso – junto com parlamentares da oposição – foi avaliado como “hostil” diplomaticamente.
Trata-se daquele momento em que os diplomatas definem como “relações estremecidas”.