
Como mostrou a coluna mais cedo, a maior preocupação da campanha de Lula são as provocações de Jair Bolsonaro no debate da Globo de logo mais, nesta sexta, 28. Atrás nas pesquisas, o líder da extrema direita vai para o tudo ou nada.
Da perspectiva de Lula, ele tem que apenas administrar a vantagem. Apenas entre aspas. Por isso essa obsessão em evitar provocações, já que é certo que Bolsonaro as fará.
Mas por onde?
Corrupção é uma delas.
Lula deverá ser novamente confrontado com os processos do Mensalão e do “Petrolão”, vide Lava-Jato. Mas é claro que ele pode dar boas respostas, mesmo em um tema adverso.
Do antigo Mensalão, um dos principais réus condenados está ao lado de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto. Outro, Roberto Jefferson, deu tiros e jogou granadas na Polícia Federal.
Na Lava-Jato, tudo já passou pela Justiça e os casos foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal.
Por outro lado, Bolsonaro tem casos de corrupção não investigados pelo controle que o mandatário mantém sobre a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República. O Ministério da Educação está cheio deles.
Sim, Lula tem boas respostas — resta saber se as dará.
Bolsonaro certamente treinou outras pegadinhas.
Umas delas, aposta este espaço, é a seguinte: o presidente tentará jogar contra o PT a proposta de sigilo que ele, Bolsonaro, usou abusivamente. Dirá que tudo é permitido pela Lei de Acesso à Informação. Mas a lei, como o nome diz, abriu informações. O presidente tentará se segurar no artigo que permite o sigilo dessas informações pessoais.
Haverá outras pegadinhas, isso se pode esperar. É por isso que o recado de não entrar nas provocações foi repetido inúmeras vezes na campanha, como apurou a coluna.