Marina Silva está colecionando vitórias desde que voltou para o Ministério do Meio Ambiente e passou novamente a compor o primeiro escalão de um governo Lula.
Logo de início, relançou o PPCDAM – o plano de combate ao desmatamento da Amazônia desativado por Jair Bolsonaro – e ressuscitou o fundo da Amazônia, recebendo aportes internacionais. São dois programas que marcaram sua gestão nos primeiros governos Lula e que deixaram um legado importante.
Com essas medidas e arrochos na fiscalização, conseguiu reduzir a taxa de desmatamento na Amazônia em 22% neste ano de 2023, segundo estimativa do PRODES, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A estatística anual de desmatamento, pelo PRODES, mede o que ocorre de agosto de um ano e julho do ano seguinte. Isso significa que esse primeiro número de Lula está misturados com o ano de 2022. Carrega a alta de desmatamento, entre agosto e dezembro de 2022.
Quando os dados são apenas os deste ano, com Marina Silva à frente do ministério, a queda no desmatamento é de 50% nos dez primeiros meses.
DESMATAMENTO NA MATA ATLÂNTICA EM QUEDA
Nesta quarta-feira, 29, o novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) da Mata Atlântica divulgou que o desmatamento no bioma caiu 59%.
A área de Mata Atlântica derrubada entre janeiro e agosto de 2023, em todo o Brasil, foi de 9.216 hectares. No mesmo período do ano passado a destruição chegou a 22.240 hectares.
Isso tem a ver também com o esforço de Marina para que o presidente Lula vetasse uma lei aprovada no final do governo Bolsonaro, e que aumentava a possibilidade de desmatamento na Mata Atlântica.
Nesta terça, 28, a ministra do Meio Ambiente lançou o PPCerrado, que é um plano estruturado do qual participaram 19 ministérios, e que vai tentar, inspirado no PPCDAm, combater o desmatamento nesse outro bioma.
AS DERROTAS DE MARINA SILVA
No Cerrado, contudo, Marina Silva ainda não obteve sucesso que tem conseguido na Amazônia e na Mata Atlântica. Houve o desmatamento de 11.000 km2, um aumento de 3% no desmatamento em 2023. Aqui também tem o último semestre do governo passado e o primeiro semestre do atual governo.
A ministra anunciou o dado antes da COP para exatamente, segundo ela explicou, ter o máximo de transparência, mesmo quando o dado for ruim para a sua gestão.
Mas essa não foi a única derrota. A ministra ainda perdeu parte das funções do seu ministério com a aprovação da medida provisória da reestruturação do governo.
O mais importante foi o CAR, Cadastro Ambiental Rural, levado para o Ministério da Gestão, que não tem nada a ver com essa pauta. Fizeram apenas para tirar de Marina, que continua trazendo bons frutos à política ambiental brasileira.
PS – Um gosto amargo nessa reta final da preparação da ida para a COP, onde ela chefiará a delegação brasileira, é a aprovação do PL do Veneno que cria mais facilidades para aprovação de agrotóxicos.