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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

Ainda estamos aqui esperando o pedido de desculpas das Forças Armadas

Porque a cada dia diminui a esperança de que os torturadores da ditadura, alguns vivendo hoje em casas de praia, sejam responsabilizados por seus crimes

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jan 2025, 19h30 - Publicado em 6 jan 2025, 09h37

A Forças Armadas devem um pedido de desculpas ao Brasil. Devem um pedido de desculpas a Eunice Paiva! Devem um pedido de desculpas a Clarice Herzog! A todos os mortos e seviciados pela ditadura militar, e a seus familiares.

Como país, o Brasil está perdendo a chance de punir os torturadores da ditadura militar. Eles estão envelhecendo em suas casas tranquilamente, recebendo salários pagos por nós. É um escracho sem fim!

Exército, Marinha e Aeronáutica, essas que recentemente — e não por acaso — tiveram oficiais envolvidos em mais uma intentona golpista/bolsonarista contra a democracia brasileira, sabem quem eles são.

Investigações jornalísticas e da Comissão da Verdade, um avanço tímido em relação às muitas violações de direitos humanos entre 1964 e 1985, revelaram alguns desses criminosos. Existem mais!

Mas as Forças Armadas escondem informações que deveriam ser públicas, dão medalhas, honrarias e prêmios para aqueles que torturaram, estupraram e mataram em prédios públicos ou aparelhos clandestinos de horror, como a Casa da Morte. Pagam aposentadorias.

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Estive frente a frente com dois desses torturadores. Eles não só viviam calmamente, tomando cervejas ao fim de tarde de domingo, deitados em redes em casas de praia amplas, como se sentem empoderados pelo bolsonarismo e a impunidade que os protege, criada na vergonhosa Lei da Anistia.

Um dos acusados no caso de Rubens Paiva, general Jose Antonio Nogueira Belham, não só nunca foi condenado, como foi elevado ao posto de Marechal.

Esse acordão brasileiro tem tentáculos além dos militares. Atuaram no maior cover up de crimes imprescritíveis e contra a huma­nidade do país após a escravidão, sempre protegidos pelo muro de uma anistia que deveria ter sido derrubado há anos.

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Pois, no Brasil, ela perdoou os militares. O Supremo Tribunal Federal, por exemplo, vergonhosamente não reviu a lei e os torturadores se aferram nisso até o fim para evitar processos.

Nem sei se dá mais tempo. A cada dia que passa menos chance se tem de qualquer ato de Justiça. Nesta segunda, 6, histórica para o Brasil com a vitória de Fernanda Torres no papel de Eunice, a pergunta que fica é: qual a força política de uma vitória no Globo de Ouro?

Mais e mais pessoas verão o filme de Walter Salles. Mais e mais pessoas lerão o livro de Marcelo Rubens Paiva. Um pedido de desculpas precisa acontecer: “a sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram”.

Ainda estamos aqui, esperando…

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